?Marco Feliciano é denunciado por suposto assédio sexual

Marco Feliciano
Feliciano é suspeito de assédio sexual (Foto: José Cruz/AgBR)

A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), procuradora especial da Mulher no Senado, endereçou, na quinta-feira, ofício ao procurador-geral de Justiça do Distrito Federal, Leonardo Roscoe Bessa, solicitando investigação sobre um suposto assédio sexual que teria sido praticado pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), contra jovem Patrícia Lélis, 22 anos, estudante de Direito em Brasília e militante do partido do parlamentar.
Em determinado trecho, a senador a enfatiza que “a denúncia é mais um caso de assédio sexual, praticado por figura tida como zelador de direitos e garantias individuais, e mais uma demonstração do cenário machista que compõe nosso parlamento e sociedade”.
A denúncia tem por base grave relato de uma estudante, que foi pressionada a sair de Brasília, “evitando assim um escândalo, que precisa ser investigado e a culpa atribuída ao autor do fato”, destacou a senadora.
Prisão de assessor
Também na quinta-feira, a Policia Civil de São Paulo prendeu Talma Bauer – chefe do gabinete de Marco Feliciano, suspeito de ter mantido uma jovem em cárcere privado em um quarto de hotel na região.
O caso está sendo investigado pelo 3° Distrito Policial, em Campos Elísios. As denúncias da jovem vieram à tona na terça-feira (2) após serem publicadas pela coluna Esplanada, do UOL. Na quarta-feira, circularam na internet áudios em que a suposta vítima diz que foi abusada sexualmente pelo deputado Marco Feliciano.
No áudio, ela conversa com um homem que seria Talma Bauer – chefe de gabinete de Feliciano – e relata o assédio sexual que teria sofrido nas mãos do parlamentar.
Na gravação, Patrícia diz ser vítima de violência cometida pelo deputado: “Com todas as letras, ele deu em cima de mim mesmo de uma forma assim descarada. Me levou a fazer coisas à força, que eu tenho prova disso. Dentro da casa dele, falou que ‘tava tendo reunião na UNE. Pra eu ir pra lá. Cheguei lá, e não tava tendo. Ele não me deixou sair, fez coisas à força. Eu tenho a mensagem para ele: ‘Feliciano, a minha boca ficou roxa’. Ele ri e diz: ‘Passa um batom por cima’. Eu tenho todas essas provas.” O suposto chefe de gabinete sugere “botar uma pedra em cima” das denúncias contra Feliciano.
Depois, a jovem gravou dois vídeos, publicados na internet, em que desmente ter feito qualquer tipo de acusação contra Feliciano. “A todos esses jornalistas que me ameaçaram dizendo que eu tinha que contar a verdade, tô aqui falando a verdade. A verdade é que vocês estão mentindo, tá em época de eleição… O pastor Marco Feliciano é uma pessoa íntegra com a qual eu tenho um contato muito bom, sempre muito bom respeitoso, muito amigável. Então, não propaguem mentiras”, diz Patrícia Lélis em um dos vídeos publicados.
Detenção
A detenção ocorreu após a jovem e sua mãe prestarem depoimento em uma delegacia. Em seguida, policiais civis localizaram o chefe de gabinete e o levaram para prestar esclarecimentos.
Segundo o delegado Luiz Roberto Hellmeister, a prisão foi pedida por conta do risco relatado pela jovem. Bauer a teria ameaçado com um revolver para que gravasse os vídeos. “Foi instaurado inquérito aqui. Vou pedir a temporária porque, peremptoriamente, ela afirma que ele pretendia até ceifar a vida dela, matá-la. Mesmo tendo dúvidas, eu não posso correr o risco de uma desgraça maior ocorrer.”
Ele ainda disse que foram dois vídeos gravados e o terceiro seria feito nesta sexta. “A ameaça foi ostentando uma arma de fogo na cintura, dizendo que, se ela não gravasse os vídeos, poderia ocorrer um mal maior com ela, que seria a morte.”
Sobre o depoimento de Bauer, o delegado afirma que ele negou todas as acusações. “Ele não admite que trouxe dinheiro, não admite que ameaçou ela de morte, que houve um acordo de cavalheiros, mesmo porque tem toda uma conotação política.”
A assessoria de comunicação do partido não confirma a prisão, mas afirma que, “independente do que está ocorrendo, a diretoria do partido determinou a formação de uma comissão composta pelo vice-presidente nacional do partido, ex-senador Marcondes Gadelha, uma representante do PSC Mulher e um membro do PSC Jovem, para investigar o caso e dar um parecer à executiva nacional o mais rápido possível”.

E dando uma de moralista.

Vejam só!
Com Estadão Conteúdo/G1SP
Foto: José Cruz / AgBR

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