Abuso nas investigações
Segundo o site Brasil 247 em sua edição de hoje, policiais federais e procuradores da Operação Lava Jato, usando e abusando de suas prerrogativas, coagiram uma mulher e seu filho de 8 anos para tomar depoimento dela, sem mandado e sem presença de advogado às 6 horas da manhã em meados de 2016, em fato relacionado à investigação do sítio de Atibaia (SP), que forçosamente querem fazer crer que seja de propriedade do ex-presidente Lula.
A denúncia é o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), que ressalta que o volume de ilegalidades que envolve investigações referentes a Lula, chegou a um nível insuportável, de violação flagrante e abusiva de direitos humanos. “Isso é sequestro. É coação de testemunha. Isto é o que nós temos denunciado nesta casa, o que acontece diariamente nesta ‘República de Curitiba’ por esses juízes e procuradores que rasgaram a Constituição e perderam o limite, perderam qualquer escrúpulo diante da sua sanha criminosa de perseguir a tudo e a todos em busca de seus objetivos”, denunciou ele, da tribuna da Câmara dos Deputados.
A denúncia foi feita ao juiz Sérgio Moron ontem por Lietides Pereira Vieira, irmão do caseiro do sítio e esposo da mulher sequestrada junto com o filho do casal, que desde então passa por tratamento psicológico. Moro determinou que seja apurado se houve abuso de autoridade no episódio. “Para o juiz Sérgio Moro suspender o depoimento e determinar que se abra uma investigação sobre abuso de autoridade dos procuradores e policiais federais envolvidos neste fato, imaginem o que deve ter sido isso”, enfatizou Pimenta, que à época apresentou denúncia, junto com o deputado Wadih Damous (PT-RJ), contra os procuradores envolvidos.
“Submeteram esta senhora a um interrogatório, sem a presença de advogados. Ela não foi levada para uma delegacia de polícia. Ela não foi levada para uma repartição do Ministério Público Federal. Ela foi levada de casa, por um grupo de procuradores e policiais federais, e sozinha no sítio com uma criança de 8 anos foi submetida a um interrogatório ilegal e criminoso”, continuou Pimenta, destacando que a criança chorou abraçada à mãe durante todo o depoimento ilegal, diante de policiais armados. “Como vocês querem que nós possamos classificar esta atitude? Como os senhores e as senhoras querem explicar, dentro do Estado democrático de Direito, que tamanha arbitrariedade possa ser repetida tantas vezes com pessoas adultas e agora também contra crianças, sem que nenhuma providência seja tomada?”, questionou o líder, dirigindo-se aos parlamentares presentes no plenário.
Representação
Em discurso complementar ao de Pimenta, o também deputado federal petista, ex-presidente da OAB-RJ e defensor de Lula, Wadih Damous disse na tribuna que a representação contra os procuradores data de 3 de maio de 2016. “Esses procuradores, são useiros e vezeiros em se valer de práticas arbitrárias fascistas de coação bem ao estilo Lava Jato”.