Bacharel em Direito que aplicou golpes em Cuiabá é preso em SC
Decorridos mais de um ano, desde que havia aplicado golpes de pirâmide financeira em cerca de 100 vítimas, em Cuiabá (MT), levantando um valor estimado em R$ 80 milhões, foi preso na última quarta-feira o bacharel em Direito, Samir de Matos, 45 anos, na cidade de Palhoça, na região metropolitana de Florianópolis.
O golpista foi preso por policiais civis de Mato Grosso, com apoio da Polícia Civil catarinense, sob a acusação de lavagem de capitais, estelionato, pirâmide financeira e crimes contra relações de consumo.
Samir era procurado desde março do ano passado, quando aplicou o golpe e estava morando com sua mulher e a filha dela, de seis anos, em uma casa bem simples na cidade litorânea, monitorada por câmeras de segurança. Ele também havia adotado um nome falso e deixado a barba e o cabelo crescerem, para dificultar ser reconhecido.
Após a representação da Delegacia do Consumidor (Decon) pela prisão preventiva, que foi deferida pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, o golpista foi recambiado para a capital mato-grossense.
Prática criminosa
As investigações policiais concluíram que Samir de Matos, há cerca de cinco anos, vinha operando como especulador “dray trader” em uma plataforma de investimentos, vendendo e comprando euros e dólares, recebendo valores de pessoas de seu círculo de relacionamento, interessadas em investirem em razão da promessa de juros mensais.
Entre os clientes estavam integrantes de uma Loja Maçônica de Cuiabá à qual ele pertencia e que foi, posteriormente à descoberta dos golpes, expulso, os quais tiveram prejuízo em torno de R$ 16 milhões.
Até dezembro de 2021, o golpista pagou regularmente os valores aplicados, deixando de efetuar os pagamentos a partir de janeiro de 2022, alegando que estava tendo dificuldades de repatriar os valores supostamente aplicados, devido a uma restrição da Receita Federal e que havia sido multado.
Apesar de ter recebido mais dinheiro dos investidores para pagar a multa fictícia, Samir de Matos deu mais um golpe nos investidores, tendo fugido de Cuiabá para Presidente Prudente, no interior de São Paulo, fixando residência em Palhoça, posteriormente.
Na casa onde foi preso, os policiais se depararam com poucos móveis e colchões no chão, o que leva a crer que ele e a companheira iriam empreender nova fuga, na eventualidade de se anteciparem a uma investida policial, caso seu paradeiro fosse descoberto, como de fato foi.