Barroso diz a Mendes, que “em MT está tudo preso”

O clima esquentou ontem, durante a análise pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a extinção dos tribunais municipais de Contas do Ceará.
O ministro Luis Roberto Barroso respondeu a uma provocação de Gilmar Mendes, referente à criminalidade no Rio de Janeiro, estado natal de Barroso, dizendo que em Mato Grosso “está tudo preso”, numa referência à corrupção que grassa no estado natal de Mendes, denunciada pelas delações de Silval Barbosa (PMDB). “Nós prendemos. Tem gente que solta”, continuou Barroso.
Na continuidade do “quiproquó”, Barroso disse a Gilmar que ele tem leniência com corruptos poderosos, principais protagonistas dos crimes de colarinho branco. “Vossa excelência não costuma trabalhar com a verdade, mas com ódio”, salientou.
Na sequência, Gilmar desvirtuou o debate para dizer que Barroso mandou soltar José Dirceu (PT), lançando suspeição sobre a decisão, e recebeu o troco: “” Não transfira para mim esta parceria que Vossa Excelência tem com a leniência, em relação à criminalidade do colarinho branco”, acrescentando que Gilmar age como um juiz partidário e muda a lei de acordo com o réu, favorecendo aliados. “Vossa Excelência muda a jurisprudência de acordo com o réu. Isso não é Estado de Direito, isso é estado de compadrio. Juiz não pode ter correligionário.”
Capangas
Em abril de 2009, Gilmar Mendes (quando presidia a Corte) e o ex-ministro Joaquim Barbosa também protagonizaram discussão acirrada no meio de um julgamento.
Irritado com Barbosa, Mendes disse que o ministro não tinha condições de dar lição a ninguém, no que Barbosa replicou, pediu respeito e atacou: “Vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. Vossa excelência quando se dirige a mim, não está falando com os seus capangas do Mato Grosso”.
Irritado, Mendes pediu respeito e encerrou a sessão.
Ontem, depois de insistir para voltarem ao tema, a ministra Cármem Lúcia, presidente do STF, também encerrou a sessão.
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