Blairo nega declarações de delatores da Lava Jato

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PGR quer que Blairo seja julgado pelo TJMT (Foto: Circuito MT)

Blairo nega denúncias dos delatores
(Foto: Circuito MT)

O senador licenciado e atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), negou que tenha recebido propina da Odebrecht para sua campanha à reeleição ao Governo do Estado, em 2006. Em razão da suposta participação no esquema fraudulento com a empreiteira, o ex-governador teve seu nome inserido na “Operação Lava Jato”. Desde que foi incluído nas investigações, Maggi afirmou que tem se sentido “absolutamente derrotado internamente”.
Propina
Blairo Maggi foi mencionado pelos delatores João Antônio Pacífico Ferreira e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, ambos ex-executivos da Odebrecht. Eles informaram que a empreiteira teria entregue propina de R$ 12 milhões à campanha de Maggi, em 2006. Conforme o Ministério Público Federal, o valor teria sido solicitado diretamente por Éder Moraes, em troca do pagamento de dívidas que o Estado teria com a empreiteira, em razão de obras que teriam sido realizadas no Estado nos anos 80, mas que não teriam sido pagas.
Além de Éder, o MPF também apontou que o ex-secretário de Estado de Infraestrutura, Luiz Antonio Pagot, também participou da negociata. Ele teria sido o interlocutor entre o então chefe do Executivo Estadual e a Odebrecht.
Em razão dos fatos atribuídos a ele, Maggi pode responder pelos crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro. Antes de a confirmação de seu nome na lista de Janot, o ministro dizia que era zero a chance de seu nome estar inserido na Lava Jato. Mesmo tendo sido mencionado, ele mantém a tese de que nunca teve envolvimento com representantes da Odebrecht.
“Demorei um pouco para me pronunciar sobre esse assunto, porque eu preciso saber de algumas informações. Jamais pensei em estar em uma lista dessas, porque nunca tive relações com esse pessoal. Continuo na mesma tese. Nunca tive relação com eles, não mandaram dinheiro para a minha campanha, nunca autorizei que cobrassem dinheiro de ninguém. Então, para mim é uma situação absolutamente nova e eu preciso buscar todos os dados. O Ministério Público, até agora, construiu uma narrativa em que parece que eu sou a pessoa que deve ser investigada nesse assunto”, comentou.
O outro lado
Por outro lado, nas declarações durante o depoimento, o ex-diretor da Odebrecht, João Antônio Pacífico Ferreira, afirmou que o Blairo Maggi tinha conhecimento sobre a propina de R$ 12 milhões, que teria sido paga pela empreiteira para auxiliar na candidatura à reeleição dele ao Governo do Estado, em 2006. Em razão do suposto crime contra os cofres públicos, Maggi tornou-se alvo de inquérito da Operação Lava Jato, que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
De acordo com o delator, o esquema para o repasse do valor ilegal à campanha de Maggi começou após solicitação feita pelo então secretário da Casa Civil, Éder Moraes, também alvo de pedido de inquérito relacionado à Lava Jato, ao ex-diretor de contratos da empreiteira, Pedro Leão. “Claro que o Éder dizia para Pedro, que o governador tinha conhecimento. No entanto, esse assunto nunca foi tratado com o Maggi, nem pelo Pedro, nem por mim, nem por ninguém da empresa. O que imaginamos é que um pagamento desses, um valor dessa magnitude, claro que ele teria conhecimento”, declarou Pacífico.
Moraes teria proposto à Odebrecht, que os R$ 12 milhões fossem pagos pela empresa por meio do pagamento de obras realizadas pela empreiteira em 1986 no Estado, que até então não teriam sido pagas. O ex-secretário teria solicitado que 35% do valor repassado pelo Estado, para sanar as dívidas, fosse devolvido pela empresa como forma de propina, que seria utilizada para a campanha de reeleição de Maggi.
Também em depoimento (assista ao vídeo, abaixo, a partir dos 09 minutos e 47 segundos) o ex-executivo da Odebrecht, Pedro Leão, confirma que Blairo Maggi teria cobrado a propina de R$ 12 milhões enquanto era governador de Mato Grosso, para agilizar e quitar uma dívida que o estado tinha com a Odebrecht.
O depoimento de Leão, faz parte dos mais de mil arquivos de vídeos com as delações premiadas de ex-executivos da Odebrecht. Os depoimentos se tornaram públicos na semana passada, quando também saiu a lista do ministro Édson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), com pedidos de inquéritos para investigar os políticos citados.
Da redação com Folhamax/G1 MT

https://youtu.be/Gp5aNCT7uQA

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