Boletim InfoGripe indica que Covid-19 cresce no Centro-Sul

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Aumento de casos foi verificado em 18 estados brasileiros (Arquivo/Polina Tankilevitch/Jornal da USP)

Aumento de casos, foi registrado em 18 estados
(Polina Tankilevitch/Jornal da USP)

O último Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado no dia 29 de fevereiro, mostra um cenário preocupante, com continuidade de alta no número de novos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associados à Covid-19, com o aumento dominando quase todos os estados do Centro-Sul brasileiro.
Regiões
As regiões Sudeste, Centro-Oeste e Sul têm sinais muito claros de aumento de SRAG por Covid-19 e são os destaques da doença no país, com 18 estados registrando sinais de crescimento para doenças respiratórias.
Segundo o levantamento da Fiocruz, o coronavírus representa quase 70% dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), neste ano, com sinais de crescimento no período de longo prazo, nos estados da Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.
O boletim mostra que a maior incidência de Covid-19 nesses estados segue sendo em crianças de até dois anos e também na faixa etária a partir dos 65 anos.
Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), explica que a circulação da cepa JN e suas subvariantes, é a principal razão para o aumento e que fatores como o Carnaval também podem ter contribuído para esse cenário de alta, que é registrado desde janeiro.
“O carnaval também pode ter ajudado, tanto por conta dos grandes deslocamentos, com muita gente viajando, como pelas grandes aglomerações desse período”, ressalta o infectologista.
Tripla epidemia
Os especialistas também alertam que a alta de casos de Covid se soma a um cenário de outras epidemias no Brasil. Com a antecipação da circulação do vírus da influeza – que normalmente ocorre entre final de março e começo de abril – boa parte das cidades brasileiras enfrenta uma tripla epidemia: dengue, influenza e Covid.
Chebabo comenta que a cocirculação desses vírus é preocupante porque são doenças que muitas vezes levam à necessidade de atendimento médico. Com isso, há o risco de uma sobrecarga do sistema de saúde.
Para evitar a superlotação do atendimento público, o pesquisador do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, recomenda que aqueles que apresentarem sintomas ou qualquer sinal de infecção respiratória, procurem ficar em casa e repousar, além de manter o calendário vacinal atualizado, principalmente para pessoas que integram o grupo de risco. “Se não puder e precisar sair, deve utilizar uma máscara adequada (PFF2 ou N95) para evitar a disseminação do vírus, especialmente para quem precisar ir a uma unidade de saúde”, ressaltou.
Casos
Em relação aos casos de SRAG por Covid-19, observa-se relação com o sinal de aumento no Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
Há indícios de crescimento de SRAG por influenza A (gripe) na Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.
No Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba e Roraima, o aumento das SRAG se concentra em crianças e ainda não é possível determinar o predomínio viral associado ao sinal.
Entre as capitais, dezessete apresentam sinal de crescimento: Aracaju (SE), Belém (PA), Boa Vista (RR), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Porto Velho (RO), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).
Resultados positivos de vírus respiratórios e óbitos
Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de influenza A (10,3%), influenza B (0,3%), vírus sincicial respiratório – VSR (10,8%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (70,6%). Entre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de influenza A (2,5%), influenza B (0,6%), VSR (0,6%), e Sars-CoV-2/Covid-19 (92,5%).
Referente ao ano epidemiológico 2024, já foram notificados 10.985 casos de SRAG, sendo 4.143 (37,7%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 4.592 (41,8%) negativos, e ao menos 1.593 (14,5%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado. Dentre os casos positivos do ano corrente, tem-se influenza A (8,4%), influenza B (0,4%), VSR (11%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (69,6%).
Referente aos casos de SRAG de 2024, independentemente da presença de febre, já foram registrados 789 óbitos, sendo 458 (58,0%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 273 (34,6%) negativos, e ao menos 30 (3,8%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os positivos do ano corrente, tem-se influenza A (3,9%), influenza B (0,4%), VSR (1,1%) e Sars-CoV-2/Covid-19 (91,7%).
Da Redação com Fiocruz e G1

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