“Carne Fraca”: donos de frigoríficos afirmam que propina é prática antiga
O escândalo de grandes proporções que tomou de surpresa os consumidores brasileiros e também de centenas de países, que exportam carne do Brasil, deve merecer atenção especial e cuidadosa das autoridades, uma vez que, segundo os executivos da JBS (Friboi, Seara e Swift) e da BRF (Sadia e Perdigão), eles tentaram eliminar a prática da cobrança de propina por fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sem conseguir o objetivo.
Sem isentar de culpa os conglomerados brasileiros, que usufruíram dessa prática para ganhar rios de dinheiro com a venda de carne podre mascarada, há de se atentar para a real finalidade de tais propinas, que eram usadas para abastecer os cofres de partidos políticos, como o PMDB e o PP, citados nas investigações da Polícia Federal.
Santidade não pode ser evocada por nenhum lado envolvido, já que era um círculo vicioso que atingiu o principal, que é a saúde da população, a exemplo do “modus operandi” das grandes organizações criminosas, as máfias.
Controle político
O sistema de defesa agropecuário brasileiro, criado há 40 anos, apesar de coordenado pela União, através do MAPA, teve seu controle afrouxado com a criação de superintendências estaduais, pela Constituição de 1988.
E essas superintendências, como tantas outras, são – em sua maioria- dirigidas por indicados políticos, como é o caso da superintendência do Paraná, ocupada de 2007 a 2016 por Daniel Gonçalves Filho – amigo do atual ministro da Justiça, Osmar Serraglio (PMDB-PR) – que chefiava o esquema de propinas, tornado público pela Operação Carne Fraca, da Policia Federal, que por sua vez, abastecia os cofres do PMDB e do PP.
Há de se reconhecer o brilhante trabalho da Polícia Federal, que cumpre suas atribuições e vem combatendo com extremo rigor a corrupção, no sentido de livrar a população brasileira, dessas máfias, travestidas de sigla políticas.
Não seria mais evidente que chamá-la de Operação CARNE PODRE?