Carros novos continuam usando ‘airbags mortais’
Carros novos continuam sendo vendidos, também no Brasil, com airbags da Takata que contêm o “ingrediente” envolvido nas explosões, ligadas a 16 mortes no exterior.
Mesmo tendo gerado o maior recall da história e multa bilionária à fabricante japonesa nos Estados Unidos, o defeito dos “airbags mortais” não fez com que esse tipo de substância em forma de pó, chamada nitrato de amônio, fosse proibida.
O que mudou de 2013, quando o problema foi anunciado, para cá é que agora os airbags da Takata feitos com nitrato de amônio possuem também um elemento secante, com a função de impedir a infiltração de umidade no interior da peça.
Sem a proteção, segundo estudos, a longa exposição ao calor e ao clima úmido contamina esses airbags, fazendo com que explodam e lancem estilhaços de metal contra os ocupantes, causando graves ferimentos ou até a morte. Ainda há cerca de 2 milhões de carros no Brasil sob risco.
Montadoras
A FCA, responsável por Fiat, Chrysler, Jeep e RAM, e a Volkswagen não enviaram resposta até a publicação da reportagem. A Audi e a General Motors, dona da Chevrolet, afirmaram que não responderiam aos questionamentos.
Denatran
No Brasil, não há previsão de medida semelhante. Procurado pelo G1, o Ministério da Justiça (MJ), que regulamenta recalls, respondeu que só poderia se pronunciar sobre o assunto após o Denatran se posicionar “porque é o órgão que tem competência pela segurança veicular no Brasil”.
O Denatran informou que “tem acompanhado as discussões internacionais na questão dos airbags e do índice de efetividade do recall da Takata”, mas que, no Brasil, “não há discussões a respeito de novas regras, para o equipamento de segurança”.
Como acontece a falha
A longa exposição ao calor e à umidade, é o principal agente no caso dos “airbags mortais”.
Segundo estudos da empresa aeroespacial Orbital ATK, os airbags da Takata não possuem uma substância capaz de reduzir a umidade, aumentando o risco da explosão após longa exposição ao calor ou a ambientes úmidos.
Além disso, a montagem do dispositivo permite que a umidade penetre no airbag e corrompa partes metálicas.
Com isso, a explosão do airbag acontece forte demais, quebrando a caixa de metal e atirando os pedaços contra os ocupantes, causando graves lesões e até a morte.
Com Auto Esporte/G1