Caso Aécio: senadores que queriam voto secreto  “caem do cavalo”

Imediatamente após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter dado ao Senado a última palavra sobre o afastamento de parlamentares, na sessão do Pleno de quarta-feira, senadores intensificaram a articulação por uma votação secreta para deliberar sobre as medidas cautelares e o afastamento impostos ao senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Mas a alegria da “turma do alto clero” do Senado, durou pouco.
No início da noite de ontem, o juiz federal Marcio Lima Coelho de Freitas, da Sessão Judiciária do Distrito Federal, concedeu uma liminar que obriga o Senado Federal a adotar a votação aberta e nominal, na sessão que vai decidir pelo afastamento ou não de Aécio.
A decisão do magistrado do DF, atende a uma ação popular movida pelo presidente da União Nacional dos Juízes Federais (Unajuf), Eduardo Cubas, e se baseia na emenda 35/2001, que altera o artigo 53 da Constituição Federal (CF), que suprime a possibilidade de votação fechada, nos casos que envolvem a suspensão de direitos de parlamentares.
Cubas salientou que a ação popular tem por objetivo dar mais transparência à atividade política. “A sociedade começar a repensar nossa política e em como deixar as coisas mais transparentes”, disse Cubas.
Em sua consideração, o juiz frisou ainda que o Senado não vai cumprir o papel de revisor do Poder Judiciário, na sessão que vai decidir o futuro de Aécio. Ao contrário, a deliberação faz parte do “sistema de freios e contrapesos decorrentes do desenho constitucional, no qual compete ao próprio Legislativo dar a palavra final sobre medidas cautelares envolvendo seus integrantes e, portanto, está obrigado a se submeter à regra da publicidade das decisões judiciais.
Na verdade, eles têm medo de mostrar a cara e o eleitorado revidar, nas eleições do ano que vem!
Da Redação com Estadão