Delegado alerta sobre golpe do falso sequestro em MT

Delegado Stringueta do GCCO
Delegado Stringueta do GCCO

Segundo matéria veiculada hoje, no site Mídia News, o golpe do falso sequestro continua fazendo vítimas em Mato Grosso.
Os criminosos encenam o sequestro de um familiar da vítima – principalmente filhos – e exigem o resgate. Normalmente, esses golpes são aplicados por presidiários, de dentro das cadeias. Embora as vítimas sejam pegas de surpresa, é muito importante não entrar em desespero e fornecer as informações das quais os falsários precisam.
Como identificar se é golpe?
O delegado titular da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), Flávio Stringueta, alerta para os cuidados com os trotes do falso sequestro, que, segundo ele, acontece diariamente em Mato Grosso.
Ele explica que existem vários indícios para desconfiar de que se trata de um golpe: o principal é manter a calma, para não “cair” na conversa dos criminosos.
Indícios
O delegado explica que existem vários indícios para desconfiar de que se trata de um golpe: “Em caso de receber uma chamada, a primeira coisa é tentar manter a calma. Nenhum sequestro acontece dessa forma, onde os bandidos exigem que a vítima pague imediatamente ou vão matar o filho. Essas coisas não são verdadeiras. A pessoa que estaria com a vítima tem interesse em receber e, para isso, negocia”, diz.
Stringueta afirma que a alegação dos golpistas de que vão matar o “refém” é totalmente falsa.
“O que eles querem é prender você na linha, para que não ligue para a pessoa que estaria sequestrada. De cara, você não tem que acreditar totalmente em qualquer ligação. E, quando falarem para não desligar, tenha certeza que existem fortes indícios de ser um golpe. Se você não tem como contatar a pessoa que estaria como refém, o certo é desligar o telefone e pedir para alguém procurá-la”, explicou.
Outro ponto é que, geralmente, a vítima se entrega sem notar. Ao ouvir a voz do suposto familiar capturado, acaba revelando o nome dele.
“Eles não conseguem dados de ninguém, ligam aleatoriamente e tentam a sorte. Muitas vezes, quem entrega o nome do suposto sequestrado é o próprio familiar, que fica nervoso e acaba dizendo. Então, o bandido usa isso como arma para fazer com que acreditem”, explica.
Outra prática desse tipo de golpe é a quantia em dinheiro que pedem. O delegado diz que, sempre nesse tipo de crime, os golpistas pedem uma quantia pequena.
“Eles costumam pedir valores absurdamente baixos. Um sequestrador de verdade sabe que não compensa nenhum risco por um valor muito baixo pelo custo-benefício da operação. Eles pedem que façam depósito em conta, e isso também não existe. Em um verdadeiro sequestro, eles querem que o dinheiro seja entregue em algum local. Portanto, se falarem para você depositar, pode ter quase certeza que se trata de golpe”, diz.
Denuncie
É imprescindível não deixar de prestar queixa. De posse das informações como o número de origem da chamada criminosa ou o numero da conta em que o “resgate” foi depositado, a Polícia pode identificar os criminosos e evitar que mais pessoas sejam vítimas.
Em ambos os casos relatados na reportagem, as vítimas não denunciaram o caso. Stringueta ressalta que, apesar dos golpes não serem contabilizados, é fundamental denunciar.
“Nós pedimos que, mesmo que a pessoa não caia no golpe, que ela nos procure para tomarmos conhecimento e poder confirmar de onde está vindo a ligação. É interessante esse tipo denúncia para nós, porque muitos desses trotes vêm de dentro da cadeia. Se eles usam para fazer esses trotes, com certeza, usam também para outros tipos de crime, como tráfico, roubos e homicídios. Então, qualquer número é importante para ser monitorado”, explica.
“O que sempre falo é para que sempre procurem a polícia, antes de tomar qualquer atitude. Porque somente a Polícia vai ter condições psicológicas no momento para resolver a situação, alem da experiência que já temos”, afirma.
“Benção, tia”
Outro golpe muito usado é o do “Benção, tia” e “Benção, tio”, em que os criminosos ligam para as pessoas se passando por sobrinho e pedem dinheiro.
O delegado alerta que o principal fato é que o bandido alega ser um parente indo fazer uma visita para determinado parente. Ele também faz com que a vítima diga o nome de um sobrinho e, com isso, se concretize o crime.
“Eles falam que vem visitar, falam que o carro quebrou em determinado local e que o mecânico estaria pedindo tantos mil para o concerto e se o parente poderia depositar para ele. Esse tipo de golpe a quantia exigida também não passa de mil reais”, relata.
O delegado observa que, no Estado de Mato Grosso não existe quadrilha de sequestradores. Portanto, a possibilidade de receber uma ligação dessas e se tratar de golpe é grande.
“O único sequestro que tivemos foi ano passado e foi um caso isolado. No Estado não está acontecendo uma onda de sequestro como a grande maioria das pessoas fala. Agora, os falsos sequestros estão acontecendo às centenas”, finaliza.
Com informações: Mídia News
Foto: Emanoele Daiane/Jornal Fotográfico

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