Delegado invade residência e “toca o terror” na Capital (vídeo)

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Invasão transgride a lei (Reprodução)

Invasão transgride a lei
(Reprodução)

O delegado da Polícia Civil de Mato Grosso, Bruno França Pereira, que responde pela delegacia de Sorriso (médio norte do Estado), protagonizou cenas de terror e abuso de autoridade, na noite da última segunda-feira, ao invadir uma residência em um condomínio fechado de Cuiabá.
Conforme vídeo que circula pelas redes sociais e que já foi veiculado em alguns programas de televisão mostra o delegado arrombando a porta, armado com uma pistola e junto de três outros agentes com roupas camufladas portando armas automáticas, para prender uma mulher cujo filho adolescente teve problemas com seu enteado, também menor de idade.
Agindo com uma agressividade assustadora, aos berros e proferindo palavrões contra a empresária que vive no local, Bruno França Pereira, agindo fora das suas prerrogativas pois sua área de atuação é em Sorriso, manda todos deitarem no chão. O marido da vítima é muito xingado e uma criança pequena, aterrorizada com a cena, chora muito, enquanto o delegado segue com as ameaças e os insultos.
“Da próxima vez que ela chegar perto do meu filho, eu vou estourar a cabeça dela. Eu vou explodir a cabeça dessa filha da puta”, diz o delegado, conforme mostra o vídeo.
A menina segue chorando muito e o pai, marido da mulher que foi alvo da ação ilegal, tenta acalmá-la em vão. O policial então diz para aterrorizá-los “manda ela sair daí, senão vou disparar na cabeça dela”.
Pereira levou a mulher para a Central de Flagrantes da Cuiabá e lá determinou a prisão em flagrante dela por uma suposta violação de medida protetiva contra seu enteado, embora não apresente qualquer mandado de prisão ou documento que mostre a tal medida protetiva.
Já na delegacia, Pereira trata com agressividade o advogado da empresária, Rodrigo Pouso, que educadamente pede ao agente que explique as razões para a prisão, exigindo também o mandado para ele ter entrado na residência de sua cliente, assim como a medida protetiva que ele afirma existir e os motivos que o teriam feito concluir que ela foi violada pela mulher.
Depois de muitas respostas estúpidas e intimidatórias, o delegado manda o advogado “ir tomar no seu cu”, só porque o profissional pedia informações sobre o caso, o que é um direito constitucional dos defensores de qualquer acusado por crimes. Os xingamentos foram filmados por Pouso.
Ao perceber que o caso ganhou notoriedade, o delegado resolveu “pedir desculpas ao doutor Rodrigo (advogado)” e disse que não estava na ocorrência “como delegado, mas sim como padrasto da vítima”. Ele afirmou ainda que “não teve intenção de ferir as prerrogativas do advogado”, que exercia sua função, e “que a conduta dele próprio foi inadequada”.
“Eu estava ali na condição de padrasto e não de autoridade policial. Só que isso não justifica e eu estou pedindo desculpa publicamente nessa situação de emoção que agi pela condição da vítima que é meu enteado. “Mas eu estou aqui pedir desculpas ao doutor Rodrigo. Foi inaceitável a minha conduta. Fui advogado por muito tempo e eu tenho respeito completo e total pelo advogado no exercício de sua função. A respeito do caso não vou me manifestar. Isso é sigiloso, está na delegacia de proteção ao menor. Agora só tomar cuidado para manter a segurança de todo mundo”, disse o autor da invasão e dos insultos ao advogado.
A Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso informou em nota que já tem conhecimento do caso e que instaurou um inquérito para apurar a ação arbitrária levada a cabo pelo delegado.
Em relação à ação intimidatória contra o defensor da empresária, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu uma nota de repúdio, lembrando que os profissionais do Direito que exercem a advocacia devem ter suas prerrogativas funcionais respeitas e resguardadas, como manda a Constituição Federal.
Da Redação com Revista Fórum

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