DERF cumpre mandados contra grupo criminoso que adulterava medidores de energia

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Policiais estão cumprindo onze mandados judiciais (Divulgação/ DERF)

Estão sendo cumpridos 11 mandados judiciais
(Divulgação/ DERF)

Estão sendo cumpridos onze mandados judiciais, de prisões temporárias e buscas contra os investigados
A Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Rondonópolis (DERF) deflagrou nas primeiras horas de hoje, a segunda fase da Operação Cattus contra investigados por fraudar e adulterar medidores de energia elétrica, na cidade.
A operação de combate ao furto e perdas de energia cumpre onze mandados judiciais, sendo quatro de prisão temporária e sete de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas.
A investigação da Especializada identificou os responsáveis pela operacionalização da fraude e apontou que quatro pessoas se associaram para adulterar medidores e furtar energia elétrica.
Entre elas está um estabelecimento comercial que também é alvo da operação, e se beneficiava dos mecanismos praticados pelo grupo criminoso.
As diligências apontaram que J.F.D.J. junto com outros quatro comparsas se juntaram para fazer a adulteração de medidores de energia elétrica em Rondonópolis. E para isso, contaram com apoio e participação de funcionários de empresas terceirizadas que prestam serviços à Energisa, concessionária de energia elétrica no Estado.
De acordo com a concessionária, apenas em 2023, foi registrada uma perda de 728 mil gigawatts em decorrência de fraudes e furtos de energia, o que corresponde a 14% de perdas não técnicas. Com isso, o Estado deixou de arrecadar R$ 150 milhões em impostos.
Associação criminosa
Os indícios reunidos no inquérito policial mostram que três investigados são sócios em empresa que presta serviços elétricos, sendo os responsáveis pela adulteração dos medidores e instalação nas residências de pessoas interessadas na utilização do mecanismo fraudado. E outro investigado, também integrante da associação criminosa, é responsável pela arregimentação de clientes interessados na fraude e fornecimento de software para operar a adulteração de medidores.
F.D.S.B., trabalhava em uma empresa terceirizada que presta serviços à Energisa e era o responsável pela venda de lacres de segurança, que garantem a segurança do equipamento de energia e a troca de medidores. Ele também fornecia material como uniformes, botinas e lacres com a identificação da concessionária. Esses materiais eram usados pelos executores das fraudes, para se passarem por funcionários da concessionária e não chamar a atenção no momento da instalação dos medidores adulterados.
Além da adulteração dos medidos, os investigados ainda explicavam como a pessoa interessada devia proceder. J.F.D.J. orientava o interessado na fraude a ligar na concessionária e solicitar um pedido aleatório. Com o protocolo do pedido, ele entrava em contato com outro investigado, que por sua vez acionava um funcionário da concessionária em Cuiabá, que gerava uma ordem de serviço para a troca de medidor compatível com o processo de adulteração, recebendo a quantia R$ 300,00 por medidor trocado.

Grupo tinha estoque de lacres de medidores
(Divulgação/DERF)

Em outra frente criminosa, F.D.S.B. simulava fiscalizações da concessionária, forçando os clientes da Energisa que usavam medidores fraudados a pagar valores, para não serem autuados. A investigação apontou que após realizarem a fraude em medidores, eles criavam outra situação, simulando a fiscalização para lucrar tanto na adulteração quanto na suposta fiscalização. Ele vendeu a um dos comparsas, um pacote com cem lacres de medidores pelo valor de R$ 400,00. Com os lacres em mãos, dois investigados manipulavam os equipamentos para implantar a central dentro dos medidores, fazendo o lacre e deslacre sem gerar problemas aos donos das unidades consumidoras.
A equipe da DERF apurou ainda, que o responsável em fornecer o programa de computador para adulteração dos medidores de energia disse aos comparsas que estava operando um novo mecanismo de adulteração, por leitura em cabo óptico. Apenas usando o computador, ele conseguiria fazer as adulterações e cobrava de 800 a mil reais por adulteração, conforme o modelo do medidor.
Ele disse ainda que conseguiu o software com uma pessoa em Cuiabá e que para operar o programa eram necessários apenas um desktop com capacidade de memória de três terabytes, pelo qual conseguia adulterar qualquer medidor com leitura óptica ou medidores digitais.
Clientes da associação
A investigação identificou três pessoas, entre elas o dono de um lava jato, que se beneficiaram do esquema criminoso de fraude de energia.
Informações reunidas no inquérito mostram que em fevereiro de 2022, dois investigados fizeram uma tratativa com o dono de um lava jato, que estava interessado em fraudar o medidor de energia do seu estabelecimento. A indicação do estabelecimento foi feita por outra pessoa, que já tinha se beneficiado da adulteração do medidor de energia elétrica.

“Bastão” desligava o aparelho medidor (Divullagação/DERF)

Em março de 2022, um dos investigados que operava o esquema, entrou em contato com um provável cliente interessado na adulteração do medidor energia de sua residência. O responsável pelo esquema explicou ao ‘cliente’ a melhor forma de adulteração, que era a técnica conhecida como “bastão”, em que o equipamento adulterador é posicionado na frente do medidor, causando a alteração de campo magnético, que desliga o aparelho e, consequentemente, não registra o consumo de energia.
A equipe de policiais civis apurou também, que os principais mecanismos usados para adulterar os medidores são o controle, com a instalação da central diretamente no medidor de energia, quando o dono da unidade consumidora aciona o mecanismo, conforme sua conveniência.
Já o bastão, idêntico a uma taser (arma de choque), adultera o medidor de energia sem a necessidade de violações do aparelho, diferente do mecanismo controle.
Operação Cattus primeira fase
Em fevereiro de 2022, a Polícia Civil deflagrou a primeira fase da operação de combate de furto de energia elétrica em Rondonópolis. Uma empresa com 15 unidades comerciais de no ramo de venda de salgados, foi alvo de investigação por furtar energia elétrica com a adulteração dos medidores de energia e a utilização de equipamentos eletrônicos para fraudar o consumo. A operação contou com apoio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) e da concessionária de energia e foi constatado pela perícia que, pelo menos, oito lojas apresentaram indícios de furto de energia.

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