Diálogos entre Nininho e diretora da FAESPE, interceptados pelo Gaeco, são revelados

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Gaeco revelou teor da conversa

Gaeco revelou teor da conversa

A Operação Convescote, que apura fraudes em convênios firmados entre instituições públicas de Mato Grosso (Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Secretaria de Infraestrutura e Logística e prefeituras do interior do Estado, entre elas a de Rondonópolis), com a Fundação de Apoio ao Ensino Superior Público Estadual (FAESPE), revelou que através de interceptações de conversas telefônicas efetuadas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), que Jocilene Rodrigues de Assunção, diretora da institutição que é ligada à Universidade Estadual de Mato Grosso (Unemat), mantinha contato frequente com o deputado estadual Ondanir Bortolini, o Nininho (PSD).
Nininho era primeiro-secretário da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso (ALMT), no período em que foi firmado um convênio de quatro anos entre a fundação e a instituição pública, a um custo total de R$ 100 milhões.
Desse total, já teriam sido pagos à FAESPE, por intermédio de empresas laranjas, cerca de R$ 3 milhões.
No tocante à Prefeitura de Rondonópolis, sob a gestão do ex-prefeito Percival Santos Muniz (PPS), teriam sido repassados à fundação quase R$ 62 milhões, do início do convênio em agosto de 2014 até dezembro de 2016, conforme matéria publicada com exclusividade, em junho deste ano, pelo Blog Estela Boranga comenta.
Fases
No dia 20 de junho deste ano, na primeira fase da Operação Convescote, por determinação da juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, foram cumpridos 11 mandados de prisão, quatro conduções coercitivas e 16 de busca e apreensão, na capital, em Várzea Grande e em Cáceres.
Na segunda fase, foram cumpridos 13 mandados de condução coercitiva e busca e apreensão.
Transcrição
Conforme transcrição do Gaeco, em conversa interceptada em 3 de agosto último, às 17h34, Jocilene liga para Nininho e diz que precisa fazer uma visita ao parlamentar. Em resposta, o deputado fala que Jocilene não o convida para vê-la. “No diálogo do dia 03/08/2016 às 17h34min49s, após cumprimentos, a investigada Jocilene diz que precisa fazer uma visita para o deputado (interlocutor). Em resposta deputado (usuário do terminal xxxxxxxxx, com cadastro em nome Construtora Deterra Ltda fala que Jocilene não o convida para vê-la. Jocilene fala que esses dias até pensou em chamar o deputado para tomar um café, deputado fala que se tivesse chamado teria ido. Em continuidade ao diálogo, Jocilene pergunta se o deputado estará aí amanhã (provavelmente, referindo-se a Assembleia Legislativa de MT), o deputado responde que sim. Jocilene fala que vai passar aí de manhã, que o Charles marcou para estar no local às 09:30h (provavelmente, referindo-se a uma reunião com o deputado) e pergunta qual horário o deputado chega ao local. Em resposta o deputado fala que chega às 08:00h da manhã”.em 15 de agosto último, a diretora da FAESPE – que está presa em regime domiciliar e é esposa de Marcos José da Silva, servidor do TCE e tido como líder do esquema criminoso – retorna uma ligação para o telefone celular do deputado, com o seguinte teor: “Ah, você que me ligou? ”, pergunta ela ao que Nininho responde: “Viu, organiza para quatro e meia.” Em seguida Jocilene fala: “tá bom vou, ver se eu consigo aí eu te aviso tá bom?”. Na continuidade, o parlamentar diz para Jocilene lhe avisar, salientando: “organiza sim que é melhor hoje.” Jocilene fala que irá ver e avisar, os dois se despedem e finalizam a conversa, segundo a transcrição do Gaeco.
Versão
O Blog Estela Boranga comenta tentou contato por telefone com a Assessoria de Comunicação do deputado Ondanir Bortolini no início da noite, para que a sua versão dos fatos pudesse ser dada a conhecer, mas não obteve êxito até o fechamento desta matéria.
Da Redação com Folhamax

 

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