Diretor-geral da PRF é exonerado do cargo
Foi publicada na edição de hoje (20) do Diário Oficial da União (DOU), a exoneração do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, assinada pelo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira.
VAsques é alvo do Ministério Público Federal (MPF) por usar cargo público de maneira indevida e pela atuação da PF no dia 30 de outubro, segundo turno das eleições presidenciais, quando houve bloqueios pela corporação, que dificultaram a chegada de eleitores aos locais de votação, principalmente em Estados do Nordeste, onde o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), liderava as pesquisas.
Esse fato levantou suspeitas do MPF, de uma tentativa coordenada de interferência indevida no processo eleitoral. O policial também responde por improbidade administrativa, por pedir votos para Bolsonaro durante a campanha eleitoral.
Início
Em 25 de novembro, o juiz José Arthur Diniz Borges, da 8ª Vara Federal do Rio de Janeiro, aceitou uma ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Vasques. O MPF afirma que ele utilizou seu cargo público de maneira indevida e com desvio de finalidade e que usou símbolos e imagens da PRF com o objetivo de favorecer a campanha à reeleição de Bolsonaro. Às vésperas do segundo turno, em 29 de outubro, o diretor-geral da PRF pediu votos para Bolsonaro numa rede social e apagou o post em seguida.
Na época, a PRF emitiu nota em que dizia que acompanhava “com naturalidade a determinação”.
Inquérito da PF
Vasques também é alvo de um inquérito da Polícia Federal (PF), que apura a atuação do comandante no segundo turno da eleição e nos subsequentes bloqueios em rodovias do país.
A investigação corre sob sigilo e foi aberta a pedido do MPF, para apurar se Vasques cometeu os crimes de prevaricação e violência política.
O inquérito se concentra em dois episódios. O primeiro é relativo à atuação da PRF no dia do segundo turno. Na data, diversos eleitores compartilharam vídeos de operações da PRF parando e revistando veículos, inclusive ônibus. No dia anterior, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, havia proibido a realização de operações pela PRF no dia da votação.
O segundo episódio alvo da Polícia Federal diz respeito aos bloqueios ilegais de rodovias montados por bolsonaristas para contestar o resultado da eleição. O inquérito apura se Vasques foi omisso em relação aos atos de cunho golpista.
A PRF foi acusada de inação, nos primeiros dias dos bloqueios. As estradas só começaram a ser liberadas depois da intervenção do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dois dias após a votação, em 1º de novembro, o ministro Moraes determinou que as polícias militares dos estados possuem plenas atribuições constitucionais e legais para atuar na desobstrução ilegal de rodovias bloqueadas, inclusive as federais.
Somente após a decisão de Moraes, governadores e polícias passaram a agir na liberação dos bloqueios, que em seu auge chegaram a atingir mais de 400 pontos em quase todos os estados brasileiros.
Da Redação com Isto É Independente