Especialistas alertam idosos sobre o coronavírus
Conforme estatísticas da Organização Mundial da Saúde (OMS), o novo coronavírus vem registrando maior letalidade em idosos e, diferentemente de outras doenças, não oferecendo tanto risco a crianças.
Segundo o infectologista Jorge Luis dos Santos Valiatti, presidente do Comitê de Insuficiência Respiratória e Ventilação Mecânica da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMBI), as recomendações de maior cuidado, são para proteger a faixa da população, idosos a partir de 50 anos, que registra, a nível mundial, uma taxa de mortalidade pelo coronavírus de 15% a 18%.
Conforme os especialistas, no Brasil, o perfil de pessoas com a doença tem média de idade de 41 anos, mas 49% dos casos confirmados até a sexta-feira (13), estão abaixo dos 40 anos. O Ministério da Saúde recomendou que idosos e doentes crônicos comecem a restringir o contato social, principalmente em cidades que já têm transmissão local da doença. Ou seja, com infectados que não têm histórico de viagem ao exterior, mas que tiveram contato com infectados vindos de outros países (atualmente, São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro se enquadram nessas características), devendo a partir de agora evitar viagens, cinema, shoppings, shows e outros locais de aglomeração, pelo menos por três meses.
Complicações
Os idosos, relata o professor Guilherme Henn, do Curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC), têm maiores chances de complicações graves em qualquer doença, infecciosa ou não, por duas razões principais: “A primeira, é porque o sistema imunológico desse público é mais debilitado e a segunda, é que muitos idosos já não têm a saúde dos órgãos tão boa, há mais comorbidades [doenças cardiovasculares, diabetes ou doenças respiratórias crônicas, por exemplo] que trazem complicações clínicas. Todos esses fatores complicam uma doença com potencial de gravidade”.
O coronavírus é uma doença que ataca principalmente as vias respiratórias, provocando diretamente uma alteração na membrana que está entre o alvéolo e o capilar pulmonar, que é agredida pelo vírus e provoca uma reação inflamatória, levando a uma inflamação dos pulmões”, diz, causando um dano pulmonar difuso.
Os infectologistas lembram que o mais importante agora é tentar controlar a propagação do vírus, com cada um fazendo a sua parte: lavar mais as mãos, espirrar dentro da própria blusa, usar álcool gel, mas com moderação, porque senão você pode acabar ferindo as mãos e abrir o corpo para mais agentes.
“Os piores resultados em idosos podem ser devidos, em parte, ao enfraquecimento do sistema imunológico e ao aumento da inflamação, o que pode promover a replicação viral e uma resposta mais prolongada a essa inflamação, causando danos persistentes ao coração, cérebro e outros órgãos”, acrescenta o médico.
Da Redação com El País