Ex-diretor da Odebrecht disse que propinas eram pagas até em cabaré
Ao estilo de uma organização mafiosa, onde os fins (ilegais) justificam os meios, durante seu depoimento – como testemunha nas ações que pedem ao TSE a cassação da chapa Dilma-Temer- no início deste mês no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)-, o ex-diretor da Odebrecht Hilberto Mascarenhas relatou que os pagamentos de propinas em dinheiro, eram feitos em “todos os lugares”, desde hotéis a “cabaré”.
Mochilas
Responsável pelo Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht, setor que ficou conhecido como departamento de propina, Mascarenhas revelou que uma das regras para o pagamento de propina a políticos e intermediários, era que o pagamento máximo feito em dinheiro não poderia ultrapassar R$ 500 mil. Ele explicou que a regra se devia ao fato de que a quantia era o máximo que cabia em uma mochila.
Esquema organizado
Ao narrar como se dava o repasse de propina, o ex-executivo afirmou que, ao tomar conhecimento dos pagamentos a serem feitos, ele e sua equipe tinham que “criar uma alternativa” para disfarçar o montante.
“Se eu tenho um pagamento de R$ 2 milhões, isso é uma mala. Ninguém pode estar transitando na rua com uma mala com R$ 2 milhões. Então, existiam também regras como, por exemplo, o valor máximo a ser pago era de R$ 500 mil, que cabia dentro de uma mochila”, afirmou o ex-dirigente da Odebrecht.
“Se você tinha R$ 2 milhões a receber, você ia receber quatro vezes 500 [mil]. E aí tinha que ser combinado alguma coisa. Mas nem sempre, ministro, com o interessado final. Às vezes, tinha muito preposto”, explicou.
Diante dessa revelação, podemos deduzir que as propinas pagas a outros políticos envolvidos no esquema, também seguiam a mesma estratégia.
Com informações G1 Brasília