Ex-diretor da PRF é preso pela Polícia Federal por interferência na eleição
Nas primeiras horas da manhã de hoje (9), a Polícia Federal (PF) deflagrou a “Operação Constituição Cidadã, visando prender, preventivamente, o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) durante o governo Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques, pelo uso da máquina pública para interferir no processo eleitoral do ano passado.
A ação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com foco principal em Silvinei, que foi preso na capital catarinense, Florianópolis, onde reside, a operação cumpre outros 10 mandados de busca e apreensão, igualmente relacionados ao caso.
A operação teve apoio da Corregedoria-Geral da PRF, que determinou também a oitiva de 47 policiais da corporação.
Acusações
O ex-diretor da PRF é acusado de ter promovido, no segundo turno das eleições, blitze ostensivas e direcionadas no Nordeste, região em que Lula tinha vantagem sobre Bolsonaro nas pesquisas. A PF instaurou investigação contra ele ainda em novembro do ano passado, após pedido do Ministério Público Federal (MPF).
Em vídeos que circularam no dia do pleito, vários eleitores nordestinos em transporte público se queixaram de que não estariam conseguindo chegar aos locais de votação. Após a repercussão de imagens que mostram agentes impedindo o trânsito de eleitores, o termo “Deixem o Nordeste Votar” ficou em primeiro lugar entre os assuntos mais comentados no Twitter.
Prevaricação e violência política
Segundo a PF, os fatos apurados podem configurar os crimes de prevaricação e violência política, previstos no Código Penal Brasileiro, e os crimes de impedir ou embaraçar o exercício do sufrágio e ocultar, sonegar, açambarcar ou recusar no dia da eleição o fornecimento, normalmente a todos, de utilidades, alimentação e meios de transporte, ou conceder exclusividade dos mesmos a determinado partido ou candidato, do Código Eleitoral Brasileiro.
A operação que prendeu Silvinei foi batizada pela PF de “Operação Constituição Cidadã”, em referência à Constituição promulgada em 1988, que garantiu a todos os cidadãos o direito ao voto.
Da Redação com Coluna Igor Gadelha/Metrópoles