Grupo Celeiro é acusado de falsificar “carnes nobres” para superfaturar preços

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(Divulgação)

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O Grupo Celeiro Carnes Especiais – cuja matriz fica em Rondonópolis – foi alvo de uma denúncia sigilosa e gravíssima ontem, à Vigilância Sanitária de Cuiabá, em que são apontadas várias irregularidades nos produtos comercializados sob certificação falsa, com o intuito de vender as carnes a preços acima dos praticados no mercado.
Na representação, é solicitado ainda sejam retirados do mercado, de imediato, os produtos comercializados pela empresa e interditadas as unidades de Cuiabá e Rondonópolis.
Documentos
A denúncia estaria amparada por documentos comprobatórios, com cópias para o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea), para a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec) e para o Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE).
As irregularidades constantes da denúncia fazem referência a aquisição pelo consumidor de cortes de “picanha angus, pagando mais caro por isso, mas que na verdade pode estar comendo picanha de nelore, que custa bem menos, porque a suposta certificação constante da embalagem da Celeiro Carnes Especiais, é falsa”, frisa o denunciante, acrescentando que “as carnes são oferecidas aos consumidores como sendo de altíssima qualidade e de origem nobre, notadamente os cortes de “linhagem europeia” provenientes da raça bovina “angus”, mas que na realidade, são de raças que não se sabe a origem”.
Influência política
Nos documentos encaminhados pelo denunciante, é citado que “a empresa vem operando de forma irregular e os órgãos de controle têm o pleno conhecimento disso porque o proprietário, Marco Túlio Duarte Soares, é presidente da Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), e assim patrocinou inúmeras ações no governo passado, principalmente as ligadas ao Iindea – Instituto de Defesa Agropecuária, órgão que seria o responsável por fiscalizá-lo”.
É citado também na denúncia, que o Grupo Celeiro Carnes Especiais “não possui frigorífico em Rondonópolis, o que pode ser facilmente averiguado pelas informações que constam em seu próprio site onde há apenas indicação do escritório da empresa e de seu setor comercial. O que a empresa faz, é comprar de produtores rurais da região, muitos sem qualquer tipo de certificação de raça, tratar o corte e embalá-lo com o seu padrão de produção e rotulá-lo como sendo proveniente de raças que na verdade não se sabe a origem”, acusa o denunciante.
Por fim, o denunciante ressalta que, ” a certificação é incompatível com a atividade da empresa porque apenas a indústria frigorífica pode aderir aos protocolos de raça específica, devendo os abates e processamento dos produtos ser acompanhados por veterinários, o que não ocorre no Grupo Celeiro, que sequer tem um frigorífico”.
O outro lado
No sentido de obter informações junto ao grupo, para que fosse dada a sua versão dos fatos, o blog manteve contato com o escritório da empresa em Rondonópolis, que nos repassou um número de telefone de Cuiabá, que seria do assessor responsável para dar declarações a respeito.
Até o fechamento da matéria, tentamos por várias vezes manter contato com o assessor, sem lograr êxito, o mesmo acontecendo com o proprietário da empresa, Marco Túlio Duarte Soares.
Da Redação com Folhamax

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