HIV: desmistificando o preconceito
Para a maioria das pessoas, ser portador do vírus HIV significa estar com aids. Mas não é bem assim.
Segundo infectologista Pablo Velho, médico da Secretaria de Saúde de Santa Catarina, que trabalha com soropositivos há dez anos, o HIV – sigla de Human Immunodeficiency Virus, em inglês-, é o causador da aids. Mas isso não significa, que todas as pessoas que têm o vírus vão desenvolver a doença. “Ainda não existe uma cura para a aids, mas o vírus pode ser controlado com medicamentos”, destaca.
Segundo o médico catarinense, a única maneira de evitar que a aids se desenvolva é recebendo medicação adequada, após o diagnóstico de infecção pelo vírus. “Se nada for feito para interromper o processo de evolução natural dessa doença, ela vai chegar à aids. Em alguns indivíduos isso acontece de forma muito rápida e eles podem desenvolver a aids, em até dois anos após o contágio. Na outra ponta, há algumas pessoas que podem levar mais de dez anos. Em média são sete anos, mas não se pode confiar nisso porque varia de pessoa para pessoa e não faz sentido esperar a pessoa ficar mal para começar o tratamento”, explica.
No Brasil, a estimativa é que 160 mil pessoas estejam vivendo com HIV, sem saber.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/aids, divulgado ontem pelo Ministério da Saúde (MS), das 670 mil pessoas diagnosticadas com HIV, 129 mil não estão se tratando.
O tratamento atual, com medicamentos anti-retrovirais que não debilitam o paciente, pode deixar o portador do HIV com uma carga viral indetectável, que se torna intransmissível na relação sexual.
O infectologista Pablo Velho lembra que apesar dos desafios de ser soropositivo, é possível ter uma vida saudável. “A expectativa de vida hoje de uma pessoa que tem um diagnóstico precoce e inicia o tratamento imediatamente e mantém a carga viral indetectável, é semelhante à de uma pessoa com a mesma faixa etária e que não tenha HIV”.
Da Redação com Agência Brasil