Bezerra e Wellington foram citados em depoimento de Silval à PGR

Bezerra e Wellington foram citados na delação (Montagem: Mídia News)

Bezerra e Wellington foram citados na delação
(Montagem: Mídia News)

Em depoimento à Procuradoria Geral da República (PGR), o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB) afirmou que o deputado federal Carlos Bezerra (PMDB) e o senador Wellington Fagundes (PR), além de outros políticos, de conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) e de empresários, receberam parte do dinheiro desviado das obras de infraestrutura do estado, cuja maioria das fraudes foi levada a efeito no programa MT Integrado, lançado em 2013, durante seu governo para o qual teria sido destinado R$ 1,5 bilhão para pavimentar 2 mil kms de estradas mato-grossenses.
Silval Barbosa enfatizou em seu depoimento, que as fraudes se processaram desde as licitações até a liberação dos recursos e também na fiscalização das obras.
O ex-governador teve delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no mês passado.
Vantagens indevidas
O programa MT Integrado era gerido pela extinta Secretaria Estadual de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu), cujo secretário era Cinésio Nunes, indicado ao cargo pelo então deputado federal Wellington Fagundes, segundo o ex-governador.
Pressionado por Fagundes para o pagamento de “vantagens indevidas”, Silval autorizou o então secretário a repassar para o atual senador do PR, um percentual dos valores pagos pelo estado para construtoras que atuavam no programa.
Deputados estaduais
No depoimento, Silval afirma que eram poucas as empresas contratadas pelo estado, que não pagavam propina para atuar no governo, com algumas abastecendo acordos paralelos com integrantes do governo e outras enchendo o “caixa dois” de campanha de deputados estaduais, que cobravam propina (de 3% a 4% de R$ 400 milhões) para que não criassem obstáculos durante o andamento das obras da Copa.
De oito a dez deputados receberam R$ 600 mil cada um, tendo sido gravadas imagens em que eles aparecem recebendo a propina.
Conselheiros
Três conselheiros do TCE também teriam sido beneficiados pelas propinas, à época do então presidente do órgão, José Carlos Novelli, em 2012, que pessoalmente procurou Silval Barbosa para acertar o repasse de R$ 53 milhões para ele e seus três colegas, em troca do “bom andamento” das obras.Novelli teria exigido a assinatura de 36 notas promissórias, que garantiriam o pagamento da propina por meio de contratos com a empresa Gendoc, um deles no valor de R$ 50 milhões, para digitalização, arquivamento e acondicionamento de documentos, como publicações no Diário Oficial do Estado, em 2012. O Ministério Público de Contas chegou a apontar falhas nesse contrato, que teve aumento de 111% de um ano para o outro, mas os conselheiros do TCE aprovaram essas contas apenas com recomendações, determinações e uma multa de menos de R$ 700 aos gestores.
Pelo contrato com a Gendoc, teriam sido pagos entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões em propina, além de outros R$ 15 milhões que foram pagos a partir de uma desapropriação no bairro Renascer, em Cuiabá.
Bezerra e Blairo
A negociação com o TCE-MT teria sido intermediada pelo ex-secretário de estado, Pedro Nadaf, que à época comandava a Casa Civil de Magto Grosso, e pelo deputado federal Carlos Bezerra (PMDB), que também teriam recebido propina. Carlos Bezerra, teria recebido R$ 1 milhão no esquema.
No depoimento à PGR, Silval citou ainda o esquema era antigo e também foi colocado em prática durante o governo do hoje senador licenciado e atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), do qual Silval era vice-governador.
Para tanto, entrava em ação o ex-secretário de Infraestrutura do Estado e ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (Dnit), Luiz Antônio Pagot- homem de confiança máxima de Maggi.
Silval Barbosa disse ter assumido dívidas de esquemas do governo Blairo Maggi, sendo que  uma delas teria sido paga por meio de financiamentos no valor de R$ 73 milhões para a construção de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) do Rio Juruena, dos quais metade do valor teria sido destinada ao pagamento de propinas.
O outro lado
Em nota, Wellington Fagundes afirma desconhecer o teor das afirmações do ex-governador à Justiça e que irá se posicionar, quando tiver acesso à delação premiada.
Já Blairo Maggi, disse que o programa MT Integrado foi criado em 2013, durante a gestão de Silval, e que, por isso, não tem nada a declarar.
Pelo que se pode perceber nessa primeira mostra, Silval Barbosa vai afundar muita gente de Mato Grosso!
Da Redação com Folhamax

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