Indígenas criticaram indicação partidária para chefia da Funai
Lideranças indígenas e organizações não governamentais criticaram o fato de o governo ter nomeado o presidente e um diretor da Fundação Nacional do Índio (Funai) ontem, com base em indicações do PSC, partido que integra a base de apoio de Michel Temer e que segundo os manifestantes, “não tem nenhuma identificação com as causas indígenas”.
Nomeados
Como presidente da fundação, o Ministério da Justiça – pasta à qual a Funai é vinculada –, o dentista Antônio Fernandes Toninho Costa, e o general Franklimberg Ribeiro de Freitas para o comando da Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável do órgão.
Pastor evangélico filiado ao PSC, Antônio Toninho Costa é pós-graduado em Saúde Indígena pela Universidade Federal de São Paulo e coordenou, entre 2010 e 2012, o monitoramento e a avaliação da saúde dos índios na Secretaria Especial de Saúde Indígena.
Tanto Toninho Costa quanto o general Franklimberg foram indicados para os dois postos-chave da Funai pelo PSC, partido conservador de centro-direita que defendeu o impeachment de Dilma Rousseff. Quando Temer assumiu a Presidência, ele prometeu ao PSC que a sigla indicaria o presidente da Funai.
Protesto
Em julho, grupos de índios de diferentes etnias chegaram a viajar a Brasília para protestar contra a possibilidade de o general Franklimberg – o mesmo que assumirá uma diretoria da Funai – ser nomeado para o comando da fundação por indicação do PSC. À época, a pressão dos indígenas surtiu efeito e o Planalto recusou nomear o apadrinhado político do partido aliado.
No mesmo mês, o PSC indicou outro militar – o general da reserva Sebastião Roberto Peternelli Júnior – para a presidência da fundação responsável pela coordenação da política indigenista do governo federal. Porém, mais uma vez, diante da reação negativa das comunidades indígenas, o Ministério da Justiça decidiu procurar “outro perfil”.
Com G1 Brasília