Já era de se esperar
Não surpreende o encaminhamento ontem, pelo deputado federal José Medeiros (Podemos-MT) à Procuradoria-Geral da República (PGR), de ofício reiterando seu pedido para abertura de investigação sobre a “possibilidade de venda do mandato de deputado federal “ de Jean Wyllys para o suplente David Miranda (PSOL), que vem a ser companheiro do jornalista Glenn Greenwald, do site Intercept Brasil, autor das denúncias no caso “Vaza Jato” ou “Vazagate”.
As denúncias feitas também à imprensa nacional e mundial, no início da noite do último domingo. atingem diretamente o ex-juiz federal da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) e hoje ministro da Justiça Sergio Moro e o procurador federal Deltan Dallagnol, considerados os principais artífices da prisão de Lula.
Medeiros acrescenta no ofício, a apuração sobre eventuais transferências de recursos entre Glenn Greenwald e Wyllys – que renunciou ao mandato em janeiro, alegando sofrer ameaças.
Ao site O Antagonista, José Medeiros disse: “Tem que parar de ser ingênuo. Há um claro objetivo político de desestabilizar tudo, para a Lava Jato e impedir a reforma da Previdência. Estamos em guerra contra uma quadrilha”, e que as denúncias do The Intercept são proveniente de “invasão cibernética, promovida e patrocinada por estrangeiros” e que os fatos nelas contidos, “Não me parecem ser mera coincidência.”
Não poderia se esperar outra reação de Medeiros, que não esconde seu posicionamento de extrema-direita, iniciado em seu mandato (assumido sob forma nebulosa) de senador e continua ferozmente defendendo o desgoverno de Jair Bolsonaro (PSL), assim como defendia o governo golpista do quadrilheiro-mor Michel Temer (MDB).
Entretanto, ao invés de questionar, ou pelo menos analisar, a culpabilidade ou não de Moro e Dallagnol apontada nas denúncias e como deveria fazer sendo um representante do povo, Medeiros deixa transparecer que as conveniências pessoais continuam a falar mais alto, em sua pauta de atuação como parlamentar!