Justiça indicia ex-vereador, advogado e juiz por estelionato

Ex-vereador João Emanuel (Marcus Mesquita/Mídia News)

Ex-vereador João Emanuel (Marcus Mesquita/Mídia News)
Ex-vereador João Emanuel (Marcus Mesquita/Mídia News)

O advogado e ex-presidente da Câmara de Cuiabá, João Emanuel Moreira Lima, o irmão dele o também advogado Lázaro Moreira Lima, e o pai deles o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes, foram indiciados por estelionato e organização criminosa.
Os três são suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que aplicava golpes milionários nas vítimas, por meio da empresa Soy Group. Outras quatro pessoas também foram indiciadas pelos mesmos crimes. Os prejuízos às vítimas são estimados em mais de R$ 50 milhões.
Em 2010, o juiz foi aposentado, compulsoriamente, por determinação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por suposta participação no “Escândalo da Maçonaria”, que consistia em desviar dinheiro do Poder Judiciário de Mato Grosso, para ajudar financeiramente uma loja maçônica, na capital mato-grossense. Já João Emanuel teve o mandato de vereador cassado em 2014, por suspeita de participar num esquema de fraude em licitação na Câmara de Cuiabá.
O esquema
Conforme as investigações da Polícia Civil, que culminaram na operação Castelo de Areia, deflagrada no dia 26 de agosto, parte do esquema ocorria por meio da promessa de captação de dinheiro de bancos no exterior, a juros reduzidos, mas as vítimas tinham que antecipar os valores para pagamento dos empréstimos. Os depósitos eram feitos para garantir a abertura da conta.
Os crimes ocorreriam por meio da empresa Soy Group, com sedes em Cuiabá e em Várzea Grande, na região metropolitana. Durante a operação, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, sendo dois na Soy Group, cinco de prisão preventiva e um de condução coercitiva.
João Emanuel, principal alvo da investigação, teve a prisão preventiva cumprida em um hospital particular da capital, mas depois conseguiu autorização da Justiça para ficar em prisão domiciliar porque tinha passado por uma cirurgia. Ele é apontado como o vice-presidente da empresa.
Durante a investigação, foram identificadas pelo menos sete vítimas da suposta organização criminosa. Uma delas disse à Polícia Civil que João Emanuel teria usado um falso chinês e fingiu falar mandarim para aplicar o golpe. Essa vítima emitiu 40 folhas de cheque que somam R$ 50 milhões.
Entre as vítimas, estão produtores rurais, empreiteiros e empresários de Mato Grosso, mas o suposto grupo criminoso teria ainda atuado no Paraná, Rio Grande do Sul e Distrito Federal.
As informações são da assessoria da Polícia Judiciária Civil (PJC), que informou ainda que o inquérito foi relatado ao Ministério Público do Estado (MPE) e que um inquérito complementar foi aberto, para a continuidade das investigações.
Com G1 MT

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