Liberou geral, mas só para os que têm “culpa no cartório”
Se os que possuem um certo grau de noção política não conseguem entender o que está se passando com o Judiciário brasileiro, imaginem os que – por motivos vários – não detém esse conhecimento.
Moro condena Lula (PT) sem provas e a Justiça deixa livres, leves e soltos, corruptos como Aécio Neves (PSDB) e Michel Temer (PMDB), cujas provam abundam “prá tudo quanto é lado”.
Concedem soltura a presos como Geddel Viera Lima – da turma do Temer – cujas provas de atividades obscuras saltam à vista, dando tratamento diferenciado a presos comuns, que apodrecem nas cadeias deste País.
Quem é mais criminoso? Aquele que assalta nas ruas ou aquele que, usando de cargos públicos, “afana”, silenciosamente, por anos a fio, o dinheiro dos contribuintes se beneficiando das prerrogativas vergonhosas concedidas a políticos?
Geddel foi autorizado – pelo desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) – a deixar, anteontem, o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, para cumprir prisão domiciliar.
Preso pela Polícia Federal (PF) no dia 03 deste mês, na Operação Cui Bono que investiga a existência de práticas criminosas na liberação de créditos e investimentos, por parte de duas vice-presidências da Caixa Econômica Federal: a de Gestão de Ativos de Terceiros (Viter) e a de Pessoa Jurídica. Uma das vice-presidências era ocupada por Geddel, citado nas delações do operador Lucio Funaro – que também revelou à PF, que fez várias entregas de dinheiro em malas a Geddel – e do empresário Joesley Batista, com o codinome de “Carainho”.
Não bastasse a condição especial vergonhosa como Geddel vem sendo tratado, ele não usará tornozeleira eletrônica, como cabe a criminosos, devido ao fato do sistema penitenciário da Capital Federal, não dispor do equipamento.
Nesta altura do “campeonato”, o entendimento do que está se passando fica bastante complexo, exigindo reflexões profundas para que se possa assimilar e se chegar a uma conclusão clara, com grande possibilidade de estar acontecendo troca de valores; que o certo passou a ser duvidoso e que o errado está sendo legitimado.
Em nome de quem? E bancado por quem?
São as perguntas que faltam ser esclarecidas.