Mendes determina quebra de sigilo em inquérito sobre Aécio
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes determinou a quebra do sigilo de dados do Banco Rural, em decisão referente ao inquérito que apura suposta participação do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), em uma suposta maquiagem de dados para esconder a existência do mensalão tucano, durante a apuração da CPI que investigou o mensalão do PT. A decisão foi publicada ontem, segunda-feira.
Delação
O inquérito se baseia na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (MS). Segundo Delcídio, os dados fornecidos pelo extinto Banco Rural à CPI dos Correios atingiriam o senador Aécio Neves “em cheio” se não tivessem sido “maquiados” pela instituição financeira.
De acordo com a assessoria do senador Aécio Neves, “as citações [de Delcídio] são absurdas e totalmente descabidas, o que restará comprovado ao final das investigações que contam com todo o apoio do PSDB”.
Na mesma decisão, Gilmar Mendes autorizou, ainda, que sejam utilizadas informações bancárias entregues pelo Banco Rural à CPI. O ministro pediu também que o Banco Central envie documentos que possam ajudar a esclarecer o episódio.
Além disso, o ministro do STF autorizou nova coleta de provas, atendendo a um pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
Gilmar Mendes também autorizou, que a Polícia Federal (PF) analise vídeos sobre a suposta retirada de documentos da comissão.
O inquérito
O inquérito se baseia na delação premiada do senador cassado Delcídio do Amaral (MS). Segundo Delcídio, os dados fornecidos pelo extinto Banco Rural à CPI dos Correios atingiriam o senador Aécio Neves “em cheio” se não tivessem sido “maquiados” pela instituição financeira.
Em seu depoimento, Delcídio disse que, quando a CPI dos Correios autorizou a quebra de sigilo de pessoas e empresas, entre elas o Banco Rural, surgiu “certo incômodo” por parte do PSDB, incluindo o então governador Aécio Neves.
Ainda segundo Delcídio, Aécio enviou emissários à CPI para que o prazo de entrega das quebras de sigilo fosse “delongado”, sob a justificativa de que não haveria tempo hábil para preparar as respostas à comissão.
Conforme o senador cassado, essa “maquiagem” teria consistido em apagar informações “comprometedoras” que envolviam Aécio Neves.
Á época da veiculação do conteúdo da delação premiada de Delcídio do Amaral, a assessoria de Aécio divulgou uma nota à imprensa na qual afirmou que as citações ao nome dele eram “mentirosas” e “que não se sustentam na realidade e se referem apenas a ‘ouvir dizer’ de terceiros.”
Gilmar Mendes sempre protelou ações contra a turma do PSDB, inclusive relacionadas ao mensalão tucano – que deve deixar vir à tona, uma sujeira enorme, que deve ser a “ponta do iceberg” de muitas ações criminosas cometidas pelo senador mineiro.
Paralelamente, essa disposição de Mendes – que estava “sentado em cima” do caso do mensalão tucano, pode ser uma forma de com as pretensões de Aécio Neves, de insistir em concorrer novamente a Presidente, em 2018.
Mas, sem dúvidas, Aécio Neves começa a provar do próprio veneno, que instilou desde que perdeu as eleições presidenciais, para Dilma Roussef.
Desse mato, com certeza, vão sair muitos coelhos !
Com G1Brasília