Minuta para decretar GLO e Estado de Sítio no Brasil foi encontrada pela PF na sede do PL
Durante as ações de busca e apreensão da Operação Tempus Veritatis, autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, e deflagrada hoje (08) pela manhã pela Polícia Federal em vários pontos do país, para aprofundar as investigações sobre uma tentativa de golpe que envolveu o ex-presidente Jair Bolsonaro, seus aliados e militares de alta patente, os policiais federais encontraram uma outra minuta para um golpe de Estado na sede do Partido Liberal (PL), no Setor Hoteleiro Sul de Brasília.
A intenção do documento seria alegar que ocorreu fraude nas eleições de 2022 e com isso, Bolsonaro decretaria Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na região do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na capital federal, e, ainda, Estado de sítio, alegando que as irregularidades eleitorais criariam risco de instabilidade no país e colocaria a segurança nacional em fragilidade, de acordo com fontes na corporação.
A informação sobre a nova minuta do golpe achada na sede do partido foi publicada pelo jornalista Plínio Aguiar, do R7 e confirmada por fontes consultadas pelo Correio Braziliense. O documento é diferente do encontrado na casa do ex-ministro Anderson Torres e no celular do tenente-coronel Mauro Cid, mas apresenta algumas semelhanças. A minuta não estava assinada.
Dentro das quatro linhas
“Afinal, diante de todo o exposto, e para assegurar a necessária restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil, jogando de forma incondicional dentro das quatro linhas, com base em disposições expressas da Constituição Federal de 1988, declaro o estado de Sítio e, como ato contínuo, decreto operação de garantia da lei e da ordem”, diz um trecho do documento.
A minuta golpista previa ainda a prisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Operação
A Operação Tempus Veritatis (Hora da Verdade, em Latim) cumpriu mandados de busca e apreensão contra 33 alvos, no Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e Distrito Federal.Entre os alvos, estão os generais Walter Braga Neto e Augusto Heleno.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Da Redação com Correio Braziliense