MS oferecerá novo tratamento contra hepatite C
O Ministério da Saúde (MS) anunciou hoje, o novo tratamento para pessoas diagnosticadas com hepatite C. Independentemente do estágio de comprometimento no fígado, pacientes terão acesso gradativo a medicamentos que apresentam 90% de cura da doença. Atualmente, o país tem 135 mil pessoas diagnosticadas com a doença.
O novo protocolo está vinculado à mudança na modalidade de compra de medicamentos. A partir de agora, a pasta vai condicionar os pagamentos para indústria farmacêutica, à comprovação da cura do paciente. O modelo novo deve reduzir os custos no tratamento de U$ 6,9 mil para U$ 3 mil, o que possibilitará a inclusão de até três vezes mais pessoas do que as atendidas atualmente no Sistema Único de Saúde (SUS).
O ministério anunciou ainda a incorporação de mais medicamentos, a combinação 3D (Ombitasvir, Paritaprevir, Ritonavir e Desabuvir). As novas inclusões oferecem maiores possibilidades para o tratamento. Esses fárcacos também possibilitam a cura superior a 90%, segundo a pasta.
Infecção
A hepatite C , é uma infecção causada por um vírus que ataca o fígado, levando à inflamação e progressiva destruição do mesmo e é subdivida conforme o estágio da doença, entre os níveis F0 a F4. Após essas etapas, a doença pode evoluir para cirrose, câncer de fígado e levar à necessidade de transplante do órgão.
Para que evitar a evolução da doença, que inicialmente não apresenta sintomas, a Pasta estima aplicar 12 milhões de testes em todo país.
A meta do ministério é zerar a fila de pacientes graves que aguardam o tratamento para a hepatite C. Atualmente, 2.800 pessoas esperam para ser tratadas. Até o momento, são medicados os pacientes em grau avançado da doença (F3 e F4). O MS espera incluir os demais pacientes no tratamento, em no máximo, até dois anos.
A medida prevê o tratamento dos casos em estágio inicial da doença para que não haja a propagação do vírus, principalmente quando o paciente ainda não tem sintomas.
Hepatites B e C
Em 2016, o Brasil registrou 42.830 casos de hepatites virais. Nestes registros, 14.199 são casos de hepatite B, o que equivale a 6,9 casos por 100 mil habitantes. A transmissão da hepatite B se dá por sexo desprotegido e sangue contaminado. De acordo com Ministério da Saúde, a vacina disponível no SUS, é a melhor estratégia de prevenção contra a doença.
No ano passado, os registros de hepatite C alcançaram 27.358 casos, o que representa 13,3 casos por 100 mil habitantes. A doença é transmitida pelo contágio com sangue contaminado, como transfusão de sangue, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos de uso pessoal como agulhas de tatuagem, alicates, tesouras.
Ainda não existe vacina para a hepatite C.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais (tipos B e C) causaram 1,4 milhão de mortes em 2015, em todo o mundo. A maioria ligada às doenças hepáticas crônicas, como cirrose e câncer no fígado. No ano passado, 2.541 pessoas morreram em decorrência de hepatites virais, das quais 79,8% relacionadas à hepatite C.