Novo salário mínimo: é prá rir ou prá chorar?

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Novo mínimo de Bolsonaro não ultrapassa mil reais (Evaristo Sá/AFP)

Através do primeiro decreto de seu governo, publicado ainda ontem em edição extra do Diário Oficial da União (DOU), Jair Bolsonaro (PSL) fixou o novo valor do salário mínimo para 2019, que passou de R$ 954,00 para R$ 998,00, ao invés do valor anunciado por Michel Temer (MDB), que seria de R$ 1.006,00 e que constava do orçamento da União, enviado em agosto do ano passado ao Congresso.
Dieese
Referência para cerca de 48 milhões de trabalhadores brasileiros, segundo cálculos do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), o salário mínimo para cobrir despesas com
alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência de uma família de quatro pessoas, deveria ser de R$ 3.959,98 ainda em novembro de 2018.
Segundo o novo governo, a cada R$ 1,00 de aumento no salário mínimo, é gerado um aumento em torno de R$ 300 milhões ao ano nas despesas da União.
Disparidade
Enquanto isso, em agosto do ano passado, Temer concedeu aumento de 16, 38% nos salários dos servidores do Poder Judiciário federal – beneficiando 23 carreiras -, para compensar o fim do auxílio-moradia para juízes, cujas regras foram depois reformuladas pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), observando-se determinadas situações para a concessão do “benefício”.
Com o reajuste, os salários dos ministros passaram de R$ 33,7 mil para R$ 39, 2 mil, significando um acréscimo nas contas do novo governo em torno de 8 bilhões de reais.
E ainda por cima, deputados federais já se movimentam, para aumentarem seus próprios salários, que representará outra cascata, já que os salários de deputados estaduais e vereadores, são reajustados conforme o aumento concedido aos parlamentares federais.
A corda, como sempre, arrebenta do lado mais fraco!



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