Operação cumpre prisões contra grupo investigado por torturar e extorquir mecânico em Barra do Garças
Nove mandados judiciais contra integrantes de uma associação criminosa estão sendo cumpridos pela Polícia Civil, na manhã de hoje, em cidades de Mato Grosso e Goiás, dentro da Operação Salvo Conduto, que é coordenada pela 1ª Delegacia de Barra do Garças (leste de Mato Grosso).
Das prisões preventivas, buscas e apreensão domiciliares e outras medidas cautelares deferidas pela Comarca de Barra do Garças, seis foram cumpridas em Barra do Garças e três na cidade de Goiânia.
Os investigados têm diversas passagens criminais e respondem por sequestro e cárcere privado, extorsão, associação criminosa, coação no curso do processo e tortura.
O crime
Em dezembro de 2023, um homem de 39 anos conduzia sua motocicleta pelo bairro Ouro Fino, em Barra do Garças, quando foi abordado por ocupantes de um automóvel de cor prata, ambos monitorados por tornozeleira eletrônica.
A vítima foi colocada no carro e com um pano preto cobrindo o rosto foi levada para outro local, sendo agredida com golpes na cabeça, no pescoço, e constantemente ameaçada de morte durante o trajeto.
Depois de ser torturada, a vítima, mesmo amarrada, conseguiu se desvencilhar e fugir, pedindo socorro a uma equipe da Polícia Militar.
Apuração
Durante as diligências para esclarecer o crime, a 1ª Delegacia de Polícia de Barra do Garças, constatou que a motivação do crime foi um desacordo comercial entre a vítima e dois dos autores.
Em setembro de 2023, a vítima foi contratada por um dos investigados para fazer reparo mecânico em um automóvel e pagou parte do valor combinado no momento da contratação.
No entanto, antes do término dos serviços, o suspeito em companhia de outra pessoa, retirou o veículo da oficina alegando que a vítima era procurada pela polícia.
Mesmo a vítima já tendo iniciado os serviços, inclusive adquirido peças para o conserto, o suspeito passou a exigir a devolução do valor pago na contratação. A vítima se negou a devolver o dinheiro recebido. A partir de então, o suspeito iniciou uma série de intimidações para a restituição do dinheiro, inclusive enviando imagens da residência dos familiares da vítima, com graves ameaças.
Na ocasião, temendo pela sua vida e de seus parentes, a vítima registrou um boletim de ocorrência. Dias depois, foi abordada pelos suspeitos armados, que levaram R$ 1,8 mil. Já no dia 19 de dezembro, a vítima foi sequestrada, mantida em cárcere privado e torturada.
Investigação
A Polícia Civil identificou seis envolvidos na ação criminosa. Diante dos indícios e evidências de autoria, a Delegacia de Barra do Garças representou pelas prisões preventivas, busca e apreensão domiciliar, além quebra do sigilo de dados eletrônicos e autorização para acesso e compartilhamento de dados de monitoramento eletrônico, dos envolvidos.