Padre suspeito de abusar de mulheres é afastado das funções sacerdotais
Desde ontem (9), o padre José Carlos Pereira, pároco em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte está afastado das funções sacerdotais, por determinação da Arquidiocese da capital mineira.
O afastamento do religioso se deve em razão de denúncias de abuso sexual, feitas por quatro mulheres daquela cidade, sendo que uma das supostas vítimas revelou que os abusos se repetiram por, pelo menos, 50 vezes.
Outras contaram que foram molestadas ainda crianças, já que o padre tinha a confiança dos fiéis e das famílias.
Abusos
As mulheres procuraram a Delegacia de Proteção à Mulher, em Santa Luzia, para denunciar os abusos que, segundo elas, aconteciam na sala do padre, a portas fechadas.
Uma delas chegou a dizer que o religioso oferecia dinheiro extra, semanalmente, em troca do seu silêncio.
Para a polícia, uma das vítimas disse que um dos abusos foi na sala do padre. Ela estava contando notas de dinheiro, quando ele segurou a vítima pela cabeça e forçou um beijo na boca e que depois disso em todas as oportunidades em que permanecia sozinha com o sacerdote, ele passava as mãos nos braços dela e descia em direção aos seios.
A mulher também disse aos investigadores que o padre já passou as mãos nas pernas dela e que os abusos aconteceram na sala paroquial e na garagem da casa paroquial, de agosto do ano passado até abril deste ano. Foram pelo 50 vezes, de acordo com o depoimento.
Outra vítima disse que o padre passava a mão na cintura e nas costas dela, beijava e mandava ela se sentar no colo dele.
A mulher afirma ainda que viu uma reportagem, falando que o padre tinha assediado outras pessoas.
Então, se encorajou e contou para o marido sobre os abusos, que a orientou a procurar a polícia.
Padre rebate acusações
Em nota, o padre José Carlos disse que pediu para se afastar da paróquia. Ele ainda falou que vai aproveitar para cuidar da saúde, seguindo orientações médicas.”Entendam que não estou saindo da paróquia”, disse ele.
Há trinta anos, o religioso é o responsável pela paróquia de São Benedito, além de ser o dono de uma rede de Ensino, composta por dois colégios e uma faculdade.
Inquérito
A Polícia Civil já instaurou inquérito e as investigações estão em andamento. Segundo o delegado de Santa Luzia, Pedro Henrique Cunha, quatro vítimas já foram ouvidas e outras seis devem prestar depoimento nesta e na próxima semana.
O padre ainda não foi ouvido, porque a Polícia Civil quer que todas as vítimas prestem depoimento antes. Posteriormente, o religioso será intimado a prestar depoimento.
Da Redação com G1 e TV Record/Minas Gerais