Pagot teria intermediado “acordo” entre Maggi e a Odebrecht

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Pagot foi o intermediador da propina (Foto: Internet)

Pagot (à esq), foi o intermediador da propina
(Foto: Internet)

Segundo pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), de abertura de inquérito contra o senador licenciado e atual ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP-MT), assinado por Rodrigo Janot e aceito pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Luiz Antônio Pagot, participou da negociação envolvendo a Construtora Odebrecht e foi o intermediador do pagamento de uma dívida que o Estado de Mato Grosso tinha com a empreiteira. Do acordo, surgiu o pedido de R$ 12 milhões em propina, feito pelo ex-secretário Eder de Moraes Dias, para a campanha de Maggi à reeleição ao cargo de governador.
Revelação
A revelação da participação de Pagot foi feita pelo engenheiro Pedro Leão, subordinado ao ex-diretor da Odebrecht, Joao Antônio Pacífico, ambos delatores da Operação Lava Jato. Para o procurador-geral Rodrigo Janot, o episódio faz com que haja a suspeita dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
No decorrer da investigação ele defende, inclusive, que tanto Eder quanto Pagot sejam ouvidos.Consta no pedido que a Construtora Norberto Odebrecht (CNO) tinha créditos a receber por conta da obra da MT-010, entre Diamantino e São José do Rio Claro. Ele designou Leão para buscar, junto ao governo, o recebimento destes recursos, reconhecidos administrativamente pelo governo de Mato Grosso.
Em meados de 2004, ele se reuniu com Blairo e, por conta de outros créditos, com o então governador do Mato Grosso do Sul, Zeca do PT, para tratar de um problema semelhante.
Segundo o engenheiro, enquanto Zeca do PT participava ativamente das negociações, “Maggi colocou o Secretário de Infraestrutura dele, Luiz Antônio Pagot, para representar o Estado”. No caso dos dois estados, a promessa era a de que a liberação de recursos da União devidos por questões relativas a divisão representaria o pagamento das dívidas. Após o trabalho de uma Comissão Especial, os pagamentos começaram a ser feitos.
Em meados de 2006, Leão disse ter sido procurado por Eder. “Este pediu expressamente o pagamento de propina no valor de R$ 12 milhões, equivalente ao percentual de 35% do crédito da CNO, aproximadamente, a pretexto de contribuição para a campanha de reeleição”. Nesta oportunidade, segundo os procuradores, Eder teria afirmado que o pedido era de conhecimento de Blairo e de Pagot. Os detalhes dos pagamentos eram combinados com os beneficiários, como a senha e o local onde ocorreria o repasse.
A reportagem da Gazeta tentou contato com Pagot, mas ele não atendeu às ligações, nem respondeu as mensagens enviadas. Já Blairo havia se manifestado na terça, negando ter recebido qualquer doação ou que mantenha relação com dirigentes da empresa.
Homem de confiança
Luiz Antonio Pagot é considerado de alta confiança de Maggi tendo assumido a diretoria geral do DNIT em outubro de 2007, por indicação do atual ministro.
Em razão de ter sido citado em reportagem da revista Veja à época, por recebimento de propinas, Pagot pediu exoneração do cargo em julho de 2011.
Da redação com A Gazeta

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