Pedro Taques na “saia justa”
A revelação de um esquema de espionagem no setor de inteligência da Polícia Militar de Mato Grosso, denunciado em reportagem do Programa Fantástico da Rede Globo, ontem à noite, pode trazer sérias consequências ao governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB), que nega que tivesse conhecimento do fato. Um documento assinado pelo então secretário de Segurança Mauro Zaque, dizendo sobre a existência de um escritório clandestino de espionagem, protocolado no dia 14 de outubro de 2015, teria sido mostrado ao governador. Taques, entretanto, alega que existe um protocolo com o mesmo número, feito na mesma data e no mesmo horário, mas referente a estradas estaduais.
Investigações
A denúncia foi feita à Procuradoria-Geral da República (PGR) e apura de quem partiu a ordem para os a instalação de grampos de escuta telefônica. No relatório da PM sobre suposta investigação de tráfico de drogas estavam nomes de pessoas que não tinham nenhuma relação com o crime, como de políticos, advogados, médicos, servidores públicos e até de um jornalista.
Os documentos pedindo à Justiça autorização para interceptar os telefones foram assinados pelo cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Correia Júnior. No entanto, além dos números dos supostos integrantes da quadrilha de tráfico de drogas, foram juntados por “tabela” outros telefones. Esse tipo de gravação telefônica clandestina, de pessoas que não são acusadas de crime, é conhecida como “barriga de aluguel”, conforme o ex-secretário estadual de Segurança Público e promotor de Justiça, Mauro Zaque.
“Barriga de aluguel é um termo vulgar usado para a seguinte operação: a pessoa quer interceptar um advogado, um político, por exemplo, e pega um pedido num inquérito policial onde se investiga tráfico, coloca lá ‘traficante fulano de tal’, mas ao invés de inserir o número desse traficante insere o número da autoridade ou da pessoa”, explicou.
Parecer favorável
As escutas telefônicas tiveram parecer favorável do Ministério Público Estadual (MPE) e autorização da Justiça. O presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), desembargador Rui Ramos Ribeiro, disse que tudo leva a crer que se trata de uma fraude. “Se houve alguma fraude, não foi atribuição de nenhum magistrado. Isso veio de fonte própria, da fonte competente que normalmente é do Ministério Público ou preparado pelas autoridades policiais”, declarou.
Induzida ao erro
Por se tratar de fonte confiável (no caso a PM de Mato Grosso) a Justiça alega que foi induzida ao erro para autorizar as escutas ilegais, que a princípio seriam para monitorar atividades criminosas. “A fraude, ocorreu na fonte”, afirmou o presidente do TJMT, Rui Ramos Ribeiro.
Pelo “andar da carruagem”, Pedro Taques está entre a “cruz e a espada”, podendo esse escândalo redundar até em impeachment dele, do cargo.
Logo ele, que antes de se lançar na vida política era Procurador Geral da República em Mato Grosso e “encostou na parede”, muito político corrupto.
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Com Folhamax