PF indicia 15 por contrabando de 1,5 tonelada de ouro de MT para a Itália 

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Ouro saia ilegalmente de MT para a Itália (Arquivo/PF)

Ouro saia ilegalmente de MT para a Itália
(Arquivo/PF)

Relatório produzido pela Polícia Federal no bojo da Operação Céu Dourado, com indiciamento de 15 pessoas pelos crimes de organização criminosa, usurpação de bem da União, extração de ouro sem autorização legal, receptação qualificada, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro aponta que o grupo liderado pelo empresário Bruno Cézar Cecchini, vendeu e transportou ilegalmente 1.515 quilos de ouro (1,5 tonelada) que foram usurpados da União. Na cotação atual do ouro (R$ 295, o valor da grama), estima-se os envolvidos no esquema movimentaram cerca R$ R$ 450 milhões no contrabando do minério extraído ilegalmente em garimpos clandestinos de Mato Grosso.
Bruno Cézar é administrador das empresas RJR Minas Export Ltda, com sede no município de Alta Floresta (804 km de Cuiabá), RJR Minas Export Eireli, situada em Goiânia (GO) e BJR Minerios Ltda, também de Goiânia.
A Operação Céu Dourado foi deflagrada pela Polícia Federal de Goiás em 23 de outubro de 2019 para cumprimento de 24 mandados de busca e apreensão nos estados de Goiás, Mato Grosso e São Paulo. As ordens judiciais foram expedidas pela Justiça Federal de Goiás, local onde tramitarão os processos contra os indiciados depois que o Ministério Público Federal (MPF) oferecer denúncia. À ocasião, foram apreendidos dois aviões.
Destino
Conforme as investigações, o ouro mato-grossense que saía do Estado ilegalmente tinha a Itália como destino final. A investigação que motivou a deflagração da operação, teve como origem uma apreensão de 110 quilos de ouro dentro de um avião no Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, no dia 10 de junho de 2019. O minério apreendido estava acompanhado de 16 notas fiscais, nas quais figuravam como emissora a RJR Minas Export e como destinatária a RJR Minas Export Eireli.
“Constatou-se ainda que as 16 notas fiscais fazem parte de um total de 246 notas ideologicamente falsas geradas pela RJR Minas Export Ltda no ano de 2019, nas quais constavam a mesma destinatária RJR Minas Export Eireli e o mesmo falso local de extração do ouro, tudo para ocultar a exploração, transporte e comércio do total de 1.515,5941 quilos de ouro que foram usurpados da União pelo grupo liderado por Bruno”, diz trecho do relatório assinado pelo delegado da PF, Bruno Pereira Pinto Gama, de Goiás.
Outra parte do inquérito informa que nos documentos apreendidos constava que o ouro havia sido retirado de uma área em Colniza (1.065 km de Cuiabá) vinculada ao processo de concessão de lavra nº. 862.319/1980, de titularidade da New Stone Mineração Ltda EPP. Há um contrato de parceria firmado entre a RJR Minas Export Ltda, BJR Agro Minas Ltda e a New Stone Mineração Ltda EPP. “Ocorre que investigação in loco e perícias realizadas pela Polícia Federal, constataram que o ouro não foi retirado desse perímetro”, diz assegura o relatório.
No rol dos indiciados estão garimpeiros que extraíam o ouro, intermediários que fizeram a pesagem e o beneficiamento do minério, grandes empresários que compravam e transportavam o ouro em aviões com notas fiscais falsas, além de financiadores, cuja função era financiar o grupo para manter os crimes.
O inquérito da Polícia Federal concluiu que “os elementos de informação reunidos corroboram a hipótese criminal de que grupo criminoso se organizou com o objetivo de explorar bem da União sem autorização legal, destinando o produto ao mercado internacional. Os fatos ocorridos em 10.06.2019, que culminaram na instauração da presente investigação, revelam a estrutura montada e a divisão de tarefas existente entre os associados, conforme resumo a seguir, estando o despacho de indiciamento”.
Fonte: Folhamax

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