PGR quer que Wellington seja investigado por propina
O anexo envolvendo o senador mato-grossense Wellington Fagundes (PR), que consta do depoimento do ex-governador Silval Barbosa (sem partido) à Polícia Federal, deverá ser incluído nas investigações da Operação Ararath.
Solicitação neste sentido, foi feita ontem pela procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dogde, ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), que cuida do caso da delação do ex-governador à Corte.
As investigações da Ararath – deflagrada em 2014, para apurar desvios de recursos públicos dos cofres estaduais – continuam em andamento na Polícia Federal em Mato Grosso e conforme depoimento de Silval, Wellington teria se beneficiado de propinas referentes as obras do MT Integrado e do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT).
Nas obras do MT Integrado, o senador teria recebido recursos através do ex-secretário de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu) Sinésio Nunes, para quitar dívidas de campanha. O repasse teria sido autorizado por Silval.
Quanto ao DNIT, Silval revelou que vários agentes públicos do órgão teriam solicitado cerca de R$ 2 milhões em propina para normalizar repasses ao governo, referentes a obras de construção de viadutos e trincheiras.
Em sua delação, o ex-governador narra que entre 2012 e 2013, os repasses para as obras – orçadas em R$ 160 milhões – estavam atrasados há cerca de um ano. O DNIT, segundo ele, teria pedido vantagens indevidas para voltar a enviar a verba ao governo de Mato Grosso.
Conforme relata Silval Barbosa, ele foi procurado pelo então deputado federal, hoje senador, Wellington Fagundes, que o teria informado que, “se quisesse a normalidade dos repasses”, teria de pagar R$ 2 milhões em propina ao então superintendente do DNIT no Mato Grosso, Luiz Antônio Garcia.
Por meio de um secretário, Silval teria repassado R$ 1 milhão a Garcia, ficando de acertar a metade restante posteriormente. Ele disse em sua delação, que o operador conseguiu o dinheiro por meio de empresas que trabalhavam nas obras, mas não soube confirmar quais e nem se o débito acabou ou não sendo quitado.
“Após o pagamento da propina, o DNIT voltou a encaminhar os recursos, não sabendo afirmar qual o benefício de Wellington Fagundes nessa situação”, diz trecho da delação de Silval ao STF.
Da Redação com Diário de Cuiabá