Projeto tem que passar ainda pelo Senado (Arquivo)

Medida “socorre” os “nobres” parlamentares
(Arquivo)

Enquanto o país enfrenta a fase mais aguda da pandemia de covid-19, com 325.559 óbitos registrados até o dia 1º, com mortes diárias se aproximando de quatro mil, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), assinou ainda na segunda-feira passada (29), um aumento de despesas urgente em edição extra do diário oficial da Câmara e válido desde então, de 170% para ressarcimento de gastos médicos das “excelências”.
Lira citou “inflação médica” para o aumento no limite de ressarcimento das despesas oriundas de utilização pelos parlamentares de atendimento pelos melhores hospitais do país, com o valor passando de R$ 50 mil para R$ 135,4 mil por despesa, referentes a gastos por fora do plano de saúde de primeira linha com cobertura nacional provido pela Câmara a que os deputados e seus familiares têm direito, o Pró-Saúde.
Além disso, também existe o Departamento Médico da Câmara, com médicos e profissionais de saúde para consultas gerais e emergências, exames e até pequenos procedimentos cirúrgicos, sem custo (entenda-se sem custo para eles, porque fica também por conta do contribuinte).
A medida benéfica para os “representantes do povo” se confronta vergonhosamente com os hospitais superlotados das linhas de frente de combate à covid-19, além de milhares de pessoas aguardarem em filas, por um leito de UTI ou internação sem conseguir receber os cuidados médicos adequados, nas principais cidades do país.
Paralelamente ao aumento da esbórnia com dinheiro do contribuinte, continua suspenso, entre outros, desde janeiro deste ano, o pagamento pelo Governo Federal do auxílio-emergencial a 40 milhões de brasileiros, com valor médio de R$ 250,00, previsto para voltar a ser pago, na semana que vem.
Previsto, não quer dizer que venha a ser pago.
Há de ressaltar ainda, que a concessão do ressarcimento não coloca limite sobre a quantidade de reembolsos com valor de até R$ 135.400,00 que cada deputado pode pedir, nem que não possa ser reembolsado por mês, por ano ou por pura e simples apresentação da nota fiscal dos serviços recebidos.
O país e o povão sangram e os sanguessugas continuam ávidos!
Da Redação com El País

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