Povos indígenas do Xingu realizam cerimônia fúnebre sagrada

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Troncos pintados representam parentes falecidos (Reprodução)

Troncos pintados representam parentes falecidos
(Reprodução)

O ritual fúnebre e sagrado ocorre, anualmente, em cinco territórios do parque, nos meses de agosto e setembro
O Kuaruo, uma das mais antigas e simbólicas tradições dos povos indígenas do Parque Nacional do Xingu, em Mato Grosso, está sendo realizado em cinco territórios delimitados nos municípios de Gaúcha do Norte e Querência.
O ritual fúnebre e sagrado homenageia os familiares perdidos e encerra o período de luto das etnias.
Considerado como uma das maiores manifestações das populações indígenas do Brasil, o Kuarup é composto de cerimônias fúnebres realizadas em todos os finais de semana, nas aldeias indígenas do Estado.
Ontem e hoje, estão ocorrendo em Gaúcha do Norte e Querência, na Aldeia Ipatse Kuikuro e, nos próximos finais de semana, nas aldeias Nafukua, Kamayura e Yawalapiti. No último final de semana, o ritual aconteceu na Aldeia Aweti.
A cerimônia é aberta apenas para populações indígenas e representantes de instituições convidadas.
Kuarup
O Kuarup ocorre sempre um ano após a morte de parentes indígenas, que são representados por troncos de madeira ornamentados e colocados no centro das aldeias. São dois dias de celebração, sendo que, no primeiro, são feitas as pinturas dos troncos e dos familiares em luto, e recepcionados convidados de outras etnias.
O ritual é marcado por danças, música, canto sagrado e orações.
No segundo dia, há uma luta tradicional entre os guerreiros, que estão se preparando desde a noite anterior. Ao final, os ornamentos são retirados dos troncos e entregues às famílias em luto. As toras de madeira são atiradas ao rio, simbolizando a libertação da alma dos mortos.
A tradição inclui o ritual de iniciação das meninas moças. Elas ficam reclusas por um ano, e aparecem com franjas de cabelo que cobrem o rosto. São direcionadas aos chefes das aldeias e oferecem alimentos a eles. As franjas são cortadas, e a partir desse momento elas estão prontas para o matrimônio.
Ao final da cerimônia, os indígenas oferecem peixes aos convidados, em um momento simbólico de agradecimento e união.
Da Redação com Secel MT

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