Primos davam golpes de compra e venda de gado

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Policiais recuperaram mais 29 cabeças de gado (Divulgação/PJCMT)

Policiais recuperaram mais 29 cabeças de gado
(Divulgação/PJCMT)

Mais 29 cabeças de gado bovino foram localizadas pelas polícias Civil e Militar em Vila Rica, na divisa de Mato Grosso com os estados do Pará e do Tocantins, durante investigação para apurar um golpe de estelionato praticado por um suspeito contra pecuaristas do município.
O gado foi encontrado no sábado (29), na mesma propriedade onde os policiais civis haviam localizado na quinta-feira, outros 24 bezerros. O dono da fazenda, de 33 anos, é primo do suspeito de aplicar o golpe na compra e venda de gado.
De acordo com o delegado José Ramon Leite, no dia 25 o receptador negou em depoimento que tivesse mais cabeças de gado em sua propriedade. Contudo, os policiais encontraram os 29 bezerros no local, neste sábado. O dono da fazenda foi preso em flagrante.
‘’Conforme as investigações avançam, estamos descobrindo outros elementos do golpe e com a localização de um terço do gado que foi negociado por esse golpista, uma das linhas investigativas que temos é de que o dono da fazenda onde foram encontradas essas 53 cabeças pode, em tese, ser um partícipe do esquema’’, explicou o delegado.
Golpe
As investigações pela Delegacia de Vila Rica tiveram início após o registro de 12 boletins de ocorrências de vítimas lesadas com os golpes na compra e venda de 152 cabeças de gado bovino, que causou um prejuízo estimado de meio milhão de reais.
Na semana passada, um dos primos, suspeito de aplicar os golpes, se desfez dos bens na cidade, não teve mais contato com os credores e sumiu.
Segundo a apuração da Polícia Civil, os crimes foram praticados por um homem, que desde o último trimestre de 2021 iniciou uma intensa movimentação de compra e venda de gado na região. Para ganhar a confiança dos pecuaristas, ele pagava parte do gado comercializado em dinheiro e o restante era negociado com cheques pré-datados.
Contudo, quando chegava a data de descontar os cheques, os pecuaristas descobriam que não tinham fundos ou que haviam sido sustados, quando o golpista dava novo cheque, que também retornava por falta de provisão financeira. Quando atuava na venda do gado, o modo dele de agir era vendendo o mesmo gado para pessoas diferentes ou, às vezes, para a mesma pessoa.
Em relação ao primeiro lote de 24 bezerros que foi recuperado, o suspeito havia vendido para um primeiro comprador que pagou o valor de R$ 43 mil pelos animais que, inclusive, foram marcados com a marca do comprador. Porém, o suspeito foi criando desculpas para fazer a entrega e nesse intervalo realizou a venda dos mesmos animais, para uma terceira pessoa.
Segundo o delegado José Ramon, a origem ilícita dos animais era totalmente previsível, em especial para o receptador, que não era uma pessoa leiga, e estava acostumado com o comércio de gado. “Estava clara a origem ilícita do gado, uma vez que já estava com a marca de outrem, e o segundo comprador não exigiu a nota fiscal e nem a Guia de Trânsito Animal, documentos necessários nesse tipo de transação”, explicou.
O delegado acredita que outras pessoas, que não registraram boletim de ocorrência, também possam ter sido vítimas dos golpes. As diligências seguem em andamento para localizar o autor dos golpes, assim como para recuperar mais cabeças de gado desviadas nas transações dos golpistas.

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