Procurador-geral manda apurar uso de dinheiro público na “Marcha para Jesus”

O procurador-geral de Justiça de Mato Grosso, José Antônio Borges, determinou ontem que seja investigado o uso de dinheiro público no evento “Marcha para Jesus”, em Cuiabá, que é promovido pelo Conselho de Ministros Evangélicos Cristãos de Mato Grosso (Comec) e está programado para acontecer no próximo sábado, dia 18, no Parque de Exposições da Capital.
O procurador-geral ainda aponta suposto interesse eleitoral na organização do evento, já que havia a expectativa da participação do presidente Jair Bolsonaro (PL), que foi descartada em razão dele ter cancelado a vinda a Cuiabá, para participar de uma motociata em Manaus (AM), no mesmo dia.
A determinação de investigação de uso de dinheiro público deve-se ao fato de que cinco deputados estaduais, todos apoiadores de Jair Bolsonaro, destinaram emendas parlamentares para que o evento possa ser realizado: Gilberto Cattani (PL) e Xuxu Dal Molin (União) deram R$ 100 mil cada um; Valmir Moretto (Republicanos) e Ulisses Moraes (PTB) destinaram R$ 50 mil, cada; já o Delegado Claudiney (PL) destinou R$ 40 mil.
Os parlamentares argumentaram que o evento seria um fomento cultural no segmento da música gospel. No entanto, a “Marcha para Jesus” é considerada uma marca dos apoiadores do presidente.
Diante das inúmeras investigações por todo o país após suspeitas de irregularidade no uso de dinheiro público para eventos culturais, Borges encaminhou o despacho para a Promotoria de Cuiabá a fim de que a situação seja analisada.
O documento foi entregue para o promotor eleitoral vinculado à 1ª Zona Eleitoral de Cuiabá e ao Núcleo de Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa de Cuiabá.
Outra investigação
Também seguindo a mesma linha da investigação da “Marcha para Jesus”, o procurador-geral determinou que seja apurada a organização do 2° Moto Encontro Nacional Hikmat Shriners, marcado para acontecer de amanhã (16) até o sábado, dia 18, em Chapada dos Guimarães e que conta com apoio da Prefeitura do município e da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). “Embora não desconheça que possui nobre finalidade social, e é bom ressaltar que não há, pelo menos até o momento, informações concretas sobre o uso de recursos públicos para sua realização, esse apoio institucional comporta análise do Ministério Público, por certo, pelo Promotor natural e, consequentemente, no uso de sua independência funcional”, destacou José Antônio Borges.
A Promotoria de Justiça de Chapada dos Guimarães foi notificada, quanto à determinação do procurador-geral.
Da Redação com MídiaNews