Recompensa pela “babação”
Já se tornou tradicional em termos de Brasil, conseguir benesses –
um benefício ou ganho, normalmente recebido sem muito trabalho ou esforço – também por “babação de ovo”.
Afinadíssimo com Michel Temer e até recentemente “pau mandado” do ex-presidente da Câmara dos Deputados e hoje presidiário Eduardo Cunha, Carlos Marun (MDB-MS), que depois de ajudar a livrar Temer, em outubro do ano passado, da segunda denúncia no Parlamento (por suposto recebimento de propina da JBS e que poderia cassá-lo), foi conduzido ao cargo de ministro-chefe da Secretaria de Governo, ganhou mais uma recompensa de seu chefe vampirão: foi nomeado hoje, para a função de conselheiro da Itaipu Binacional, com mandato até 16 de maio de 2020.
Relator da denúncia contra Temer, Marun até dançou no plenário da Câmara, cantando a música “Graças a Deus”, de Benito de Paula, depois do arquivamento da ação.
“Ficha limpa”
Carlos Marun está sendo processado pelo Ministério Público por improbidade administrativa, em razão de que quando era presidente da Agência de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab), ter lesado o Erário Sul-matogrossense, em valores estimados à época da denuncia à Justiça, em R$ 16,6 milhões.
Em setembro deste ano, por determinação do ministro Edson Fachin , do Supremo Tribunal Federal (STF ), foi aberto um inquérito para investigar Marun , e sua chefe de gabinete, Vivianne Lorenna Vieira, por suspeita de corrupção e associação criminosa no âmbito da Operação Registro Espúrio – que apura um esquema de fraudes no Ministério do Trabalho, envolvendo a liberação de registros sindicais.
Resta saber se Jair Bolsonaro, em seu ufanismo moralista, vai deixar Carlos Marun continuar na “maciota” e ganhando um salário que pode beirar R$ 70 mil, no cargo de conselheiro administrativo empresa binacional que acaba de “ganhar” de Michel Temer.