Recuperandas são integradas ao projeto de inclusão social
O primeiro grupo de mulheres recuperandas do Presídio Feminino de Rondonópolis, foi incorporado na manhã de hoje (17) ao projeto de inclusão social “Aproveitamento de Mão de obra Extra Muro”, desenvolvido em parceria entre a Prefeitura de Rodonópolis, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos(Sejud) , o Instituto Nova Chance e a Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder).
Desse grupo inicial participam onze mulheres reeducandas de regime aberto e regime semiaberto, com idades que variam de 22 anos a 45 anos de idade. São mulheres, mães de famílias que ontem erraram, mas, hoje, estão dispostar a mudar. Como é o caso de Camila Carvalho e Daiany Catrini. “Estamos otimistas e felizes com essa oportunidade de trabalharmos, de nos sentir úteis e por estarmos recebendo essa chance de mostrarmos para a sociedade, que temos projeto de vida baseado no cumprimento do dever e em valores morais. Erramos, reconhecemos, mas estamos pagando. E daqui prá frente temos novos horizontes”, declararam.
As reeducandas participantes do projeto estão em final do cumprimento de pena, têm bom comportamento na unidade prisional e demonstram esperanças em dar uma guinada em suas próprias vidas. A garra e a vontade de vencer estão evidenciadas até no sobrenome. Nívia Cristina S. Rocha e Romilda B. Rocha não são parentes, mas em comum têm a força evidenciada na vontade interna e na solides do nome, Rocha. “Só da gente sair daquele lugar e vir para a rua trabalhar, ter o próprio salário, ajudar a família, é ótimo”, disse uma das Rochas. A outra, tão forte quanto uma pedra, disse:” eu tenho seis filhas e preciso criá-las. Esse emprego, esse dinheiro que vou receber, vão me ajudar muito. Eu fiz o ENEM e passei. Agora, quero continuar meus estudos. Quero fazer uma faculdade”, planeja ela.
As participantes vão trabalhar no serviço de urbanismo de Rondonópolis. Estarão subordinadas ao Departamento de Urbanismo da Coder, cujo diretor é o Oderli Xaxim. ” É mais um passo que a Prefeitura de Rondonópolis está dando no sentido de ressocializar essas novas trabalhadoras e elas vão nos ajudar muito, pois, temos uma demanda de serviços muito grande e elas vão somar conosco, para poder melhorar o visual da cidade”, citou. Leandro Xavier Godoi, diretor técnico da Coder, declarou que o projeto é importante por garantir a reinserção das recuperandas no mercado de trabalho.
A diretora do presídio feminino, Raimunda Felício de Lima, também destacou a importância do projeto. “Elas começam a ter essa oportunidade ainda reclusas, né? É o que eu disse a elas: ‘é uma oportunidade única, pois vocês estão tendo oportunidade aqui, ainda detidas’. Eu acredito no projeto e acredito nelas”, externou.
José Severino da Silva Neto, diretor geral da companhia, informou que a inclusão das reeducandas é um anseio do prefeito Zé Carlos do Pátio ISD), que queria muito dar uma nova chance a elas, que são chefes de famílias e que precisam de um lugar no meio social. “Precisam de um crédito moral. Essas mulheres se sentem excluídas e têm mais dificuldades na convivência com a sociedade. E elas têm muito a contribuir”, finalizou o Prefeito.
O grupo vai trabalhar separado do grupo de homens, que como elas, também são recuperandos e já estão há duas semanas trabalhando nas ruas da cidade. Eles usam tornozeleiras eletrônicas e são acompanhados de perto, por servidores da segurança prisional. O projeto oferta cem vagas, sendo que serão preenchidas 50 por homens e 50 por mulheres, com duração de um ano – podendo ser prorrogado por igual período e ou ser interrompido a qualquer momento, sem prejuízo para nenhuma das partes.