Regabofe vergonhoso
Com a justificativa de que o edital segue padrão do Ministério das Relações Exteriores, o Supremo Tribunal Federal (STF) irá promover pregão eletrônico, para fornecimento de refeições institucionais, conforme suas necessidades.
Com gastos estimados em R$ 1.134 milhão, conforme a Agência Estado, o regabofe com dinheiro dos contribuintes inclui desde café da manhã, passando pelo “brunch”, almoço, jantar e coquetel, com pratos como bobó de camarão, camarão à baiana e “medalhões de lagosta com molho de manteiga queimada”, além de bacalhau à Gomes de Sá, frigideira de siri, moqueca (capixaba e baiana), arroz de pato, vitela assada, codornas assadas, carré de cordeiro, medalhões de filé e “tournedos de filé”, com molho de mostarda, pimenta, castanha de caju com gengibre.
Para degustar isso tudo, acompanham vinhos de safras especiais, como vinho tinto fino seco Tannat ou Assemblage, contendo esse tipo de uva, de safra igual ou posterior a 2010 e que “tenha ganhado pelo menos 4 (quatro) premiações internacionais”. “O vinho, em sua totalidade, deve ter sido envelhecido em barril de carvalho francês, americano ou ambos, de primeiro uso, por período mínimo de 12 (doze) meses”, exige o edital.
Se a uva for tipo Merlot, só serão aceitas as garrafas de safra igual ou posterior a 2011 e que tenha ganho pelo menos quatro premiações internacionais. Nesse caso, o vinho, “em sua totalidade, deve ter sido envelhecido em barril de carvalho, de primeiro uso, por período mínimo de 8 (oito) meses”.
Para os vinhos brancos, “uva tipo Chardonnay, de safra igual ou posterior a 2013”, com no mínimo quatro premiações internacionais.
A caipirinha deve ser feita com “cachaça de alta qualidade”, leia-se: “cachaças envelhecidas em barris de madeira nobre por 1 (um) ou 3 (três) anos.”
Destilados, como uísques de malte, de grão ou sua mistura, têm que ser envelhecidos por 12, 15 ou 18 anos. “As bebidas deverão ser perfeitamente harmonizadas com os alimentos”, descreve o edital.
Enquanto as excelências se esbaldam às nossas custas com bebidas e iguarias de dar inveja a reis e rainhas, o grosso da população brasileira tem que se virar com um salário mínimo de R$ 998,00, pagando pela cesta básica um valor de R$ 509,11 – a mais cara do país, conforme cotação no início deste mês, registrada em São Paulo.
Da Redação com Agência Estado