Retaliações do mundo árabe

“O mundo árabe, está enfurecido com o Brasil” disse Amr Moussa – secretário-geral da Liga Árabe até 2011 e hoje um dos diplomatas do Oriente Médio de maior influência na região, que também está em Davos (Suíça), participando do Fórum Econômico. Moussa acrescentou que essa era uma expressão de protesto contra a decisão errada por parte do Brasil, de transferir a embaixada brasileira em Israel, de Tel Aviv para Jerusalém, anunciada em dezembro por Jair Bolsonaro, antes de assumir a Presidência da República.
Como medida contra a intenção do governo brasileiro, a Arábia Saudita ameaçou descredenciar frigoríficos brasileiros a exportar carne de frango àquele país, o que pode ser seguido pelos demais 21 países membros da Liga Árabe, que logo após a declaração de Bolsonaro decidiram pela tomada de medidas políticas, diplomáticas e econômicas necessárias, caso a mudança da embaixada de uma cidade para outra, aconteça.
Os países da Liga fazem parte do segundo maior grupo comprador de proteína animal produzida no Brasil, que exportou para o Oriente Médio no ano passado, produtos que somaram 13,5 milhões de dólares, dentro de um total de 7,1 bilhão de dólares do superávit brasileiro.
A decisão de boicote do governo saudita ao Brasil, já havia sido divulgado na noite de segunda-feira (21), em relatório direcionado ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Ontem à tarde, o anúncio saudita foi mal recebido pelo mercado financeiro brasileiro, com ações ON da BRF operando em queda no índice Ibovespa, com recuo de 4,53%.
O “homem”, quando abre a boca, é um perigo!