Retorno amargo
O alinhamento do Brasil aos governos de Donald Trump (EUA) e de Benjamin Netanyahu (Israel), que já está sendo feito pelo futuro governo Jair Bolsonaro, deve aumentar ainda mais o clima de animosidade com os 22 países que compõem a Liga Árabe, iniciado no começo deste mês quando Bolsonaro adiantou (e depois voltou atrás, rapidinho), que iria mudar a embaixada brasileira em Israel, de Tel Aviv para Jerusalem – considerada sagrada para cristãos, muçulmanos e judeus.
Além de abrir brecha que pode redundar em contratempos políticos e diplomáticos entre o Brasil e os países da Liga Árabe, esse alinhamento com os Estados Unidos e Israel pode causar também nefastos resultados para a balança comercial brasileira, uma vez que os países árabes são inimigos históricos, principalmente do país de Netanyahu, e são o destino de grande parcela da exportação de carnes brasileiras – sobretudo, a bovina; negócio este, que adiciona bilhões de reais ao Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
Quem deve ficar de olho nisso são os agro-pecuaristas do País, que fazem da exportação de carne bovina, uma de suas principais fontes de renda.
Israel e Estados Unidos, no caso de boicote dos árabes, não vão comprar toda a produção brasileira de carnes.
Daí prá complicar e até levar à bancarrota os produtores brasileiros, é um pulinho.
Justamente eles, que foram essenciais na vitória de Jair Bolsonaro(PSL) nas eleições presidenciais.