Riva vai por a “boca no trombone”
Réu em mais de 100 processos, o ex-deputado estadual José Riva (sem partido) vai prestar novos depoimentos à Justiça, nas ações penais em que figura como réu pela suspeita de peculato (apropriação indevida do dinheiro público) e formação de quadrilha e que são desdobramentos da Operação Arca de Noé, da Polícia Federal (PF). A data designada é o dia 30 de novembro a partir das 16h30.
A juíza da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Selma Arruda, autorizou o pedido da defesa por considerar necessário assegurar a ampla defesa e contraditório. No total, são mais de 15 processos criminais em que Riva vai prestar depoimento no dia 30.
A expectativa é que o ex-deputado decida contribuir com a Justiça e optar pela confissão, o que levaria a ter uma pena reduzida em uma eventual sentença condenatória. No pedido de reinterrogatório, a defesa informou que Riva pretende esclarecer fatos que não foram por ele elucidados em depoimentos anteriores.
Desde 2002
Todos os processos criminais são oriundos da Operação Arca de Noé da Polícia Federal na qual foi desmantelado um suposto esquema de corrupção, levado a efeito na Assembleia Legislativa de Mato Grosso. A operação foi deflagrada em 2002 e culminou com a prisão do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
Pelas investigações do Ministério Público Estadual (MPE), a Mesa Diretora do Legislativo, liderada pelos deputados estaduais José Riva e Humberto Bosaipo, emitiam cheques para empresas fantasmas com o intuito de pagar por serviços que jamais foram prestados. Esses cheques viriam a ser trocados em factorings de propriedade do bicheiro João Arcanjo Ribeiro para pagar despesas de campanha eleitoral e, ao mesmo tempo, favorecer o enriquecimento ilícito dos agentes políticos envolvidos.
Atualmente sem mandato eletivo, Riva admitiu que cometeu ilegalidades em depoimento na ação penal relacionada a Operação Ventríloquo. Neste processo criminal que é desdobramento de uma investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco), é apontado um desvio de R$ 9 milhões dos cofres públicos por meio de uma fraude em um pagamento que deveria ser destinado a quitação de uma dívida do Legislativo com o HSBC.
No depoimento dado em abril deste ano, Riva deu detalhes da participação de outros deputados estaduais, como supostos beneficiários da quantia desviada. O dinheiro teria servido para custear despesas de campanha eleitoral.
Em outras ações criminais, como a relacionada a 2ª e 3ª fase da Operação Sodoma, o ex-deputado também admitiu ter cometido ilegalidades.
Assim sendo, quem tem “culpa no cartório” pode ir pondo a “barba de molho”, porque deve vir “coisa pesada” por aí.
E como a juíza Selma Arruda não “brinca em serviço” e não se intimida com quem possa estar envolvido na “sujeraiada”, muita “gente boa” poderá ir tirar umas “férias” – quem sabe até longas, conforme o grau de envolvimento – no xilindró.
Com Folhamax