Sem coletivos
O impasse quanto à contratação de nova empresa para operar o transporte coletivo urbano, acabou por “arrebentar a corda para o lado mais fraco”: os trabalhadores, que em sua maioria, dependem dos ônibus para se dirigirem de suas casas até seus locais de trabalho e vice-versa.
Há mais de quatro anos, venceu a concessão desses serviços pela empresa Cidade de Pedra, que manifestou sua intenção de não continuar a explorar o sistema de transporte urbano, tendo operado o atendimento de forma paliativa, para não deixar a situação virar caos.
De lá para cá, apesar da realização de várias licitações realizadas pela Prefeitura – no sentido de contratar nova empresa -, o problema não foi solucionado e hoje, dia 12, os trabalhadores, que já estão cumprindo aviso prévio, decidiram paralisar as atividades, por 24 horas.
Nesse meio de tempo, o blog, pela parte que lhe toca, vem cobrando definição urgente para a questão, sugerindo até que o município crie uma empresa pública de transporte urbano ou mesmo seja formado um pool de empresas privadas locais, para tanto.
O que não se pode admitir, é que a situação fique do jeito que está e prejudique a grande massa trabalhadora, que necessita desse tipo de transporte, para cumprir diariamente, sua jornada de trabalho.
Se por um lado as exigências – mais do que necessárias – do edital de licitação, reeditado várias vezes, desestimularam possíveis grupos interessados em explorar o transporte coletivo urbano, talvez mais preocupados com o custo-benefício para si próprios do que para os usuários, por outro outras opções para solucionar o impasse, já teriam que ter sido pauta diária de discussão pelos poderes Executivo e Legislativo.
A paralisação dos trabalhadores da Cidade de Pedra, vai dar uma dimensão realista do que pode acarretar a parada, em definitivo, desses serviços.
Que se tome isso como parâmetro, para se definir, urgentemente, uma solução para o problema, que atinge de forma direta, somente aos que precisam dos coletivos para irem trabalhar.
Abaixo, transcrevemos a nota divulgada agora pela manhã, pela Prefeitura de Rondonópolis, quanto à paralisação dos serviços:
“Nota de esclarecimento paralisação do transporte público
A Prefeitura de Rondonópolis, por meio da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Setrat), não havia sido comunicada sobre a paralisação dos funcionários da concessionária do transporte coletivo Cidade de Pedra, nem por parte da empresa nem pelo Sindicato dos Trabalhadores do Transporte.
A Setrat explica que na última sexta-feira (7), o Conselho Municipal de Trânsito havia se reunido para tratar dos trâmites que envolvem a confecção do novo edital para realizar uma nova licitação para o transporte coletivo local que contou com a participação do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte, da Acir, CDL, Umes, Câmara Municipal, entre outras entidades.
A Setrat também ressalta que no dia 28 de fevereiro ficou acordado em reunião, também com a empresa Cidade de Pedra e Sindicato, demais entidades e Câmara de Vereadores, que a empresa atuaria em Rondonópolis até que fosse feita nova licitação.
Para que isso fosse possível, ficou definido que a passagem passasse de R$ 3,80 para R$ 4,10, levando-se em conta que não havia reajuste há mais de um ano e meio. Já o repasse da prefeitura para a empresa referente ao passe-livre estudantil que era de 38% no valor da passagem, subiu para 50%.
A Prefeitura esclarece que está trabalhando para resolver a questão o mais rápido possível, por entender a necessidade do serviço para a população.
Todas as medidas adotadas visavam garantir o acesso ao cidadão o direito ao transporte público e a manutenção dos serviços prestados pela empresa Cidade de Pedra.”