Serviço público: proposta que permite trabalho remoto está adiantada
Está na reta final de análise na Câmara a proposta (PL 2723/2015) que permite que servidores públicos trabalhem fora da sede da empresa, assim como já é permitido na iniciativa privada. É o chamado home-office, escritório remoto, teletrabalho, ou simplesmente trabalho a distância – uma tendência internacional, que envolve cerca de 1 em cada 3 trabalhadores no mundo e que, aqui no Brasil, já beneficia pelo menos 12 milhões de empregados, segundo dados da Sociedade Brasileira de Tele-trabalho e Teleatividades.
O deputado Lucas Vergílio, do Solidariedade de Goiás, foi o relator do projeto de lei na Comissão de Trabalho, onde já foi aprovado. Ele diz que a maior dificuldade da proposta é vencer o preconceito que os chefes brasileiros ainda têm ao não verem o funcionário presencialmente na empresa, mas defende que essa barreira cultural precisa ser vencida em nome da modernidade. Por isso, destaca as vantagens da iniciativa e afirma que o tele-trabalho se aplicaria somente àquelas funções que tem como se medir, mensurar a produtividade.
Mesmo sem uma lei específica, o trabalho remoto já é realidade em vários órgãos públicos brasileiros, como o Sistema Federal de Processamento de Dados (Serpro) e o Tribunal de Contas da União. No Banco do Brasil, o tele-trabalho está em fase de testes há mais de um ano. E segundo o diretor de gestão de pessoas do banco, Caetano Minchillo, o resultado é positivo porque os dois lados ganham: o funcionário tem mais qualidade de vida (ganha autonomia e tempo, que pode ser usado para atividades pessoais, como ficar mais com a família) e a empresa gasta menos (com contas de água e luz, por exemplo) e segundo estimativas, o banco teve ganho de produtividade de 20%.
Para manter o vínculo entre o empregado autorizado a fazer home-office, a equipe e a empresa, o Banco do Brasil exige que esse tipo de funcionário vá até o local de trabalho pelo menos uma vez por semana.
O projeto que permite o trabalho à distância no serviço público ainda precisa ser votado na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara.
Se aprovado, pode ir direto para análise do Senado.
Com informações: Agência Câmara
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