Sindicalista critica “escalonamento” de salários em MT

Oscarlino: "escalonamento não passa de atraso salarial" (Foto: Márcio Rios/SismaMT)

Oscarlino: "escalonamento não passa de atraso salarial" (Foto: Márcio Rios/SismaMT)
Oscarlino: “escalonamento não passa de atraso salarial”
(Foto: Márcio Rios/SismaMT)

A crise financeira que afeta os Estados, levou os governos a adotar medidas que modificaram o calendário de pagamento de servidores, em pelo menos nove unidades da federação. Entre as medidas estão as demissões de funcionários; atraso, escalonamento ou parcelamento nos salários; redução de vencimentos do primeiro escalão e a falta de reposição anual da inflação.
Nos casos mais graves até agora, os governos de Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul tomaram medidas drásticas e decretaram estado de calamidade pública, após cortes de gastos e atrasos em salários. Ambos alegam que estão falidos e pedem socorro federal.
Em Mato Grosso, o governo adotou pagamento de forma escalonada desde abril. Em outubro, apenas os funcionários com remuneração líquida de até R$ 3 mil receberam no último dia do mês. Os demais, receberam no último dia 10. O percentual de servidores que demoraram a receber o salário aumentou, já que para folha de setembro o escalonamento atingiu apenas o que recebiam mais de até R$ 6 mil.
Atraso salarial
O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos da Saúde e do Meio Ambiente de Mato Grosso (Sisma/MT), Oscarlino Alves de Arruda Júnior, diz que o termo utilizado pelo governo do Estado (escalonamento) é muito sutil, porque na verdade o que ocorreu nos últimos meses foi atraso salarial. “O governo tenta fazer um comparativo de Mato Grosso com o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul. É evidente que existe uma crise nacional, mas a previsão do Produto Interno Bruto (PIB) de Mato Grosso para 2017 é de R$ 105 bilhões. Além do mais, a folha de pagamento do Estado corresponde a 5% da receita corrente que Mato Grosso tem hoje. Temos um Estado viável, prova disso é que sobra atualmente cerca de R$ 1 bilhão nos cofres dos poderes, dinheiro que poderia estar sendo investido em saúde. Estamos com 5 mil vagas vacantes na saúde, enquanto o governo não faz nada para mudar a sistemática de gastos que deteriora o Estado”.
Arruda Júnior afirma que sempre se colocou à disposição para conversar com o poder Executivo, enquanto representante do Fórum Sindical, para tratar sobre os problemas que englobam a gestão, cuja participação do servidor poderia ser um marco. Contudo, o líder sindical afirma que o governo se mostra enrijecido e com dificuldades de diálogo. “O problema disso é que os setores penalizados são a saúde, a educação, a segurança, os órgãos de defesa do consumidor. Não dá para o governo simplesmente querer comparar Mato Grosso com estados que estão com dívidas 5 vezes maiores que suas receitas, como é o caso do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Mato Grosso tem hoje uma dívida que corresponde a 35% da sua receita líquida, ou seja, é altamente liquidável”, compara.
Com UOL/Folhamax

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