SMS intensifica ações para reduzir suicídios em Rondonópolis
O Departamento de Ações Programáticas (DAP) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), através do Setor de Saúde Mental, está intensificando ações para reduzir os casos de suicídios na cidade, com a adoção de um novo protocolo de atendimento.
O número de pessoas que tiram a própria vida vem crescendo ao longo dos anos na cidade e segundos dados da SMS, houve um aumento de 2017 (com 14 casos) para 2018, com 19. Além disso, tratar do assunto precisa deixar de ser um tabu e as pessoas que têm pensamentos suicidas precisam buscar tratamento com urgência.
Os relatórios do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) demonstram ainda que o número de tentativas de suicídio também é alto na cidade e se mantiveram estáveis em 2017 e 2018. Em 2017, 138 pessoas foram atendidas pelo SAMU após tentarem tirar a própria vida, e em 2018, foram 137.
Os casos de suicídios, ainda conforme dados do Departamento de Ações Programáticas, vêm ocorrendo com maior frequência entre os homens e com pessoas em idade produtiva, com a maior parte dos casos registrada com pessoas da faixa etária dos 14 aos 55 anos, com um único caso tendo ocorrido com um idoso de 79 anos.
Conforme o novo protocolo para atendimento, em casos de tentativas de suicídio, as pessoas são levadas pelo SAMU à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e quando estabilizadas, são imediatamente encaminhadas para psicólogos e psiquiatras que atendem na Policlínica Central.
Já as pessoas que estejam tendo pensamentos suicidas devem procurar imediatamente uma Unidade Básica de Saúde (UBS), de onde serão encaminhadas para tratamento na Policlínica Central.
Para casos que envolvem adolescentes, a procura por apoio pode ser feita diretamente no CAPS – Infanto-juvenil, localizado na rua João XXIII, 880, no bairro Santa Cruz. Contatos também podem ser feitos, pelo telefone (66) 98421-0241. Quando a situação também envolver abuso de álcool e drogas, a pessoa pode procurar diretamente o CAPS – Álcool e Drogas, localizado na rua Bochina, s/n, no Jardim Belo Horizonte, ou ainda ligar para o telefone (66) 99205-4115.
Segundo a psicóloga Mariúva Valentim – gerente do DAP – o suicídio geralmente ocorre, de acordo com estudos científicos, em função de uma culpa profunda carregada pela pessoa, como uma forma de auto-punição. Ela explica ainda que os pensamentos suicidas são silenciosos e que aqueles que pensam em tirar a própria vida dificilmente se expressam sobre isso.
Mas, ressalta a psicóloga, a retração e a tristeza profunda podem servir de alerta de que possa haver algum problema com a pessoa. “Algumas frases repetidas muitas vezes pela pessoa, podem servir para chamar a atenção de familiares de que há a necessidade de algum auxílio como: ‘Sou um peso, ‘Não me amo’, ‘Não sou feliz’, ‘Quero sumir’, ‘Nada tem sentido na vida’, ‘Não faço diferença na vida de ninguém’”, relata.
Nestes momentos uma conversa para que a pessoa busque ajuda de um profissional é fundamental. Mariúva alerta que a única forma de tratar o problema é com acompanhamento profissional adequado e, por isso, a rede municipal dispõe de psicólogos e psiquiatras.
Quando a pessoa estiver sozinha e tiver pensamentos suicidas, ela pode contar, também, com o apoio do Centro de Valorização da Vida (CVV), ligando para o número 188. O atendimento funciona 24 horas.