Suposições que atrapalham ao invés de ajudar

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(Ilustrativa)

(Ilustrativa)

Se em fofoca informações são inventadas no intuito de prejudicar pessoas, no jornalismo a veiculação de informações infundadas e baseadas no “cantar do galo”, são mil vezes pior.
O incêndio que se registrou na semana passada na Reserva Indígena Tadarimana – que consumiu mais de 1.500 hectares de uma área total de 10 mil e que ainda ontem apresentava focos de fogo espontâneo, gerou revolta em grande parte da população, que sufocada pela intensa fumaça, destilou xingamentos aos índios Bororos, que habitam a reserva indígena.
Vários comentários circularam pelas redes sociais, jogando a culpa nos índios, sem se questionar se poderia ou não ser verdade de que eles tivessem colocado fogo, propositalmente, em áreas da reserva, como divulgado por alguns.
Informo aos desinformados, que a etnia Bororo tem por tradição a caça e não a agricultura, como os Xavantes e outros povos indígenas nativos de Mato Grosso, o que derruba a afirmação de que eles poderiam ter ateado fogo na área, para plantio.
Além disso, muito índios dessa etnia convivem socialmente em Rondonópolis, estando integrados há anos à “civilização do homem branco” e, por conta da boataria, estão sofrendo manifestações furiosas de moradores das áreas afetadas.
Há ainda uma brigada de incêndio na Aldeia Tadarimana – a maior da reserva -, treinada pelo Corpo de Bombeiros local e pelo programa Prev Fogo do Governo Federal, justamente para suprimir casos como esse.
Portanto, a responsabilidade em informar corretamente o que acontece, é fundamental para nós profissionais de Comunicação, enquanto formadores de opinião.
Fatos infundados, além de contribuírem para criar situações perigosas, só servem para a desinformação.

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