Surpresa
Um ponto extremamente nevrálgico abordado durante a sabatina do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Rondonópolis (Sispmur) com os quatro candidatos a Prefeito de Rondonópolis (Rogério Salles-PSDB, Percival Santos Muniz – PPS, Zé Carlos do Pátio – SD e Rubens Cantuário – Psol), na noite de quarta-feira, diz respeito ao Instituto Municipal de Previdência Social dos Servidores de Rondonópolis (Impro).
Antes de responder à pergunta – feita a todos os candidatos – relativa ao instituto, o candidato da coligação “Desenvolvimento para Todos”, Zé Carlos do Pátio (SD) foi o único a demonstrar surpresa quanto a não ter havido ainda, pela atual gestão municipal, uma auditoria rigorosa na instituição previdenciária, que teve sua estrutura financeira abalada em 2013 por aplicações feitas em fundos de investimentos, sob suspeita.
O caso
Em setembro de 2013, o caso veio à tona envolvendo o então diretor executivo do Impro, Josemar Ramiro e Silva, com Luciane Hoepers – pivô do escândalo que motivou a ‘Operação Miquéias’, deflagrada pela Polícia Federal naquele ano, que apura fraudes em fundos de pensão.
Na ocasião, o presidente do Sispmur, Rubens Paulo – que está licenciado do cargo, porque disputa uma vaga a vereador – afirmou à Imprensa, que as informações teriam sido descobertas por uma empresa de consultoria, contratada para ministrar um curso aos servidores municipais, durante o qual foi mostrada a Carteira de Investimentos do Impro aos participantes, cujas aplicações causaram muita indignação e revolta nos participantes, porque só então, descobriu-se que haviam sido feitas diversas aplicações/investimentos em “títulos podres”, pertencente a empresas representadas por Luciane Hoerpers, a pivô do “Fundo da Loira”, como ficou conhecido o imbroglio.
O montante investido somaria R$ 42 milhões de reais – quase a metade dos ativos do instituto-, que chegavam à época dos fatos, a R$ 106 milhões.
Segundo o dirigente classista afirmou à imprensa na ocasião, não há garantia de resgate das aplicações, “visto que tais ‘fundos sempre quebram’, gerando enormes prejuízos aos seus investidores, neste caso um deles o Impro”.
Segundo o Sispmur à época, afora as aplicações legais feitas em bancos oficiais (Caixa Econômica e Banco do Brasil), foram feitas operações em bancos, assets e corretoras, “que possuem caráter privado e capacidade financeira bem menor, o que eleva o risco de crédito dos investimentos. Em resumo, o risco dessas instituições quebrarem é, infinitamente, maior do que de um banco oficial”.
Conforme repassou o sindicato, notícias vinculadas nas revistas Exame e Valor Econômico, davam conta que 33% dos recursos do fundo Diferencial Renda Fixa Longo Prazo, administrados pela BNY Mellon, estavam investidos em papéis dos bancos BVA e Cruzeiro do Sul, que foram liquidados pelo Banco Central. “Com a quebra desses bancos, os investidores não receberão mais, suas aplicações. Mais de 8 milhões e 500 mil reais dos recursos do Impro, encontravam-se investidos nesse fundo de investimento”, salientou a entidade classista.
Os investimentos do Impro, na ocasião, estavam espalhados da seguinte forma:
Asset BNY Mellon:29% , Banco do Brasil: 27% , Asset BRL Trust: 18%, Caixa Econômica: 11%, Banco Petra: 4%, Banco Sicredi: 3%, Corretora Gradual: 1%, INX Adm e Gestora: 3%, Asset Oliveira Trust: 5%, Banco Votorantim, menos de 1%.
Josemar Ramiro e Silva, defendendo-se dos fatos divulgados pelo sindicato, negou os prejuízos e atribuiu as acusações do Sispmur, a uma tentativa de manipular a categoria por causa das eleições da nova diretoria do Serv Saúde, que estavam próximas de se realizar.
Com Gazeta MT